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Justiça decide que Pablo Henrique vai a Júri Popular

Pablo é acusado do feminicídio de Vanessa Carvalho e da tentativa de homicídio da ex-namorada Anuxa Leite

23/04/2020 16:42

O empresário Pablo Henrique Campos Santos vai conhecer sua sentença no Tribunal Popular do Júri, decidiu o juiz da 1.ª Vara do Tribunal do Júri da comarca de Teresina Antônio Nollêto. Pablo é acusado do feminicídio de Vanessa Carvalho e da tentativa de homicídio da ex-namorada Anuxa Leite no dia 29 de setembro de 2019. 

Em sua decisão, o magistrado explicou que por se tratar de apuração de crime doloso contra a vida remeteu o acusado para apreciação do Tribunal do Júri. Em seguida, apontou a existência das qualificadoras de motivo fútil, impossibilidade de defesa e feminicídio.


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O juiz sustentou que a “desproporção entre o crime e sua motivação, é o motivo banal, ridículo por sua insignificância”, escreveu. Segundo os autos, 'o delito teria ocorrido em razão de ciúmes que o acusado nutria por Anuxa Kelly Leite de Alencar, sendo que, momentos antes do fato, o denunciado teria discutido e proferido xingamentos contra ela, em razão de a vítima haver, supostamente, dançado com outra pessoa, na festa de casamento onde se encontravam.'

O acusado foi preso momentos depois de cometer o crime (Foto: Reprodução) 

A Justiça entendeu também que a forma como o crime foi cometido evitou que as vítimas reagissem. “Está evidenciado, pelas provas constantes nos autos, que Anuxa Kelly Leite de Alencar e Vanessa Maria Chaves Carvalho dirigiam-se ao carro de uma amiga, quando foram surpreendidas pelo acusado, que teria acelerado o veículo em que estava na direção das vítimas, as quais foram arremessadas, violentamente, ao chão, ao serem atingidas pelo impacto”, disse o juiz.

Os depoimentos que constam nos autos apontam que o fato se caracteriza como uma situação de agressão de homem contra mulher, no caso, cometida contra Anuxa Kelly e Vanessa Carvalho. Dessa forma, o juiz incluiu o feminicídio como qualificadora.

Liberdade negada

O juiz da 1.ª Vara do Tribunal do Júri da comarca de Teresina Antônio Nollêto ainda negou liberdade ao acusado. A defesa do empresário alegou o tempo decorrido da prisão preventiva e, também, a crise do novo coronavírus e o quadro diabético do réu.

O magistrado levou em consideração a complexidade do caso e a manutenção da ordem pública. Sobre a calamidade da Covid-19, o juiz disse que os estabelecimentos prisionais piauienses dispõem de atendimento médico hospitalar, para garantir a integridade física e mental dos presos.

O caso

Pablo Henrique participava de uma festa em uma casa de show no Bairro Planalto Ininga, zona Leste de Teresina, na companhia da então namorada Anuxa Leite e da amiga Vanessa Chaves. Na saída, após uma discussão do casal, o acusado acelerou o carro contra as duas mulheres. Vanessa teve morte no local e Anuxa sofreu lesões graves. Pablo Henrique fugiu, mas acabou preso enquanto dormia. 

Por: Otávio Neto
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