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Ex-capitão da PM assassino confesso da namorada vai a júri popular

O ex-PM deve ser julgado pelos crimes de homicídio qualificado (feminicídio), ocultação de cadáver e fraude processual.

04/04/2018 14:40

O ex-capitão da Polícia Militar, Allisson Wattson da Silva Nascimento, irá a júri popular pelo assassinato da estudante de direito Camilla Abreu. A decisão é da juíza Maria Zilnar Coutinho Leal, da 2ª Vara do Tribunal do Júri. O ex-PM deve ser julgado pelos crimes de homicídio qualificado (feminicídio), ocultação de cadáver e fraude processual.

Na decisão, a magistrada também determina que Allisson Wattson permaneça preso até o julgamento pelo Tribunal do Júri, entendendo que os requisitos para manutenção da prisão continuam vigentes, como medida necessária para resguardar a ordem pública e da instrução do tribunal do júri.

Juíza Maria Zilnar Coutinho. (Foto: Assis Fernandes/O Dia)

"Existem indícios suficientes da autoria atribuída ao acusado quanto aos delitos descritos na denúncia, além de que existem fatos que demonstram que a soltura do acusado seria de grande prejuízo à instrução do plenário do Júri, visto o modo de execução da vítima, o intuito do acusado de atrapalhar a investigação e, também se verifica nos autos o medo de represálias das testemunhas, sendo inclusive necessária a oitiva em sigilo destas", afirma a juíza na decisão.

Durante a audiência de instrução, no dia 23 de fevereiro deste ano, Alisson Wattson alegou sofrer de distúrbios psicológicos e se recusou a responder as perguntas feitas pela magistrada, a juíza Maria Zilnar Coutinho, e pela promotoria, respondendo apenas os questionamentos feitos pelo seu advogado. 

No seu depoimento, o ex-policial negou ter matado a estudante em seu depoimento na audiência de instrução e julgamento do Tribunal do Júri, ocorrida durante a manhã e contradisse a versão dada em depoimento à Polícia Civil durante as investigações do desaparecimento da estudante. Na época, o ex-capitão confessou ter matado a estudante e apontou com precisão o local onde havia ocultado o corpo de Camilla.

Na audiência, a defesa chegou a ser advertida pela juíza de que estaria desrespeitando a vítima e a testemunha Luana Maria de Sousa, amiga de Camila, devido às perguntas desqualificando as duas. Mais de uma vez, Maria Zilnar indeferiu questionamentos do advogado. O advogado do acusado, Pitágoras Veloso, chegou a perguntar se Camila e Luana exploravam o ex-capitão financeiramente, quem pagava as contas quando eles saíam e até se a vítima era garota de programa e “afobada".

Audiência de instrução do caso Camilla Abreu. (Foto: Assis Fernandes/O Dia)

No último dia 05 de março, a alegação de insanidade mental impetrada pela defesa foi descartada pelo juiz da 2ª Vara do Tribunal do Jurí, Carlos Hamilton Bezerra Lima, que negou o pedido de investigação para comprovar a suposta insanidade mental do ex-capitão. Com a sentença, o juiz descartou a possibilidade da defesa alegar que o crime foi cometido em decorrência de insanidade mental, o que poderia trazer benefícios ao acusado, e atesta que o réu possuía perfeitas faculdades mentais quando cometeu o crime.

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Por: Nathalia Amaral
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