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Capitão que matou Camila Abreu é expulso da Polícia Militar

Por meio de nota, a Corporação informou que a comissão instaurada para apurar o caso decidiu por unanimidade considerar Alisson Wattson culpado pelos crimes do qual é acusado.

08/02/2018 16:29

O capitão da Polícia Militar, Alisson Wattson, foi expulso da Corporação. A decisão foi tornada pública em nota emitida pela assessoria da PM nesta quinta-feira (08). Alisson é acusado de matar a estudante Camila Abreu no dia 26 de outubro do ano passado e esconder seu corpo em um matagal na estrada que liga Teresina a Altos.

O ex-policial militar confessou que atirou na namorada após terem uma discussão dentro de seu carro. No laudo anexado ao processo, ficou constatado que Camila foi brutalmente torturada física e psicologicamente antes de ser atingida pelo disparo feito por Alisson. O ex-capitão foi indiciado pelos crimes de feminicídio – assassinato de uma mulher em que as motivações mais usuais são o ódio, o desprezo ou o sentimento de perda de controle e da propriedade do homem sobre a vítima do gênero feminino – além de ocultação de cadáver e fraude processual.

Conforme a decisão, assinada pelo comandante da Polícia Militar, coronel Carlos Augusto Souza, Alisson Wattson foi demitido das fileiras da Corporação por unanimidade de votos na Comissão Processante instaurada para apurar a conduta do ex-policial.

O crime

Em 26 de outubro de 2017, a estudante de Direito Camila Abreu foi dada como desaparecida pela família. Após a Polícia Civil assumir abrir o inquérito, o caso começou a ser investigado pela Delegacia de Homicídios, como um caso de feminicídio. Dois dias depois, em 28 de outubro, o corpo de Camila foi encontrado em um matagal na zona Rural de Altos. A polícia foi levada até o local pelo então namorado da vítima, o capitão Alisson Wattson da Silva Nascimento, que confessou a autoria a do crime e a tentativa de ocultar o cadáver.

Alisson foi autuado por feminicídio, ocultação de cadáver e fraude processual, tendo sido preso e encaminhado para o Presídio Militar, no Quartel do Comando Geral, em Teresina. A Corregedoria da Polícia Militar instaurou, então, uma comissão para apurar disciplinarmente a conduta do PM e deliberar a cerca de sua expulsão dos quadros da Corporação. Enquanto isso, o laudo cadavérico produzido pelo IML constatou que Camila foi vítima de agressões físicas antes de ter sido assassinada com um tiro. 

O crime aconteceu na noite do dia 26 de outubro, dentro do carro do PM. Alisson chegou a levar o veículo para ser lavado e retirar dos bancos as manchas do sangue da jovem. Segundo a polícia, o ex-PM tentou ainda vender o veículo.

Veja a nota da Polícia Militar na íntegra:

A Polícia Militar do Piauí vem a público, através desta nota, esclarecer acerca da ocorrência envolvendo o Capitão Alisson Wattson da Silva Nascimento, resultando na morte de Camila Abreu, que foi instaurado o competente processo administrativo (Conselho de Justificação), em conformidade com o Decreto n° 17.455, de 06.11.2017, com amparo no art. 2º, inciso I, alíneas “b” e “c” da Lei 3.728, de 27.05.1980, decidindo a Comissão Processante, por unanimidade de votos, consoante o art. 12, inciso 1º, alínea “a”, da mencionada lei, considerar culpado o Capitão PM Alisson Wattson da Silva Nascimento, opinando pela sua demissão das fileiras da Corporação.

Teresina-PI, 08 de fevereiro de 2018.

Carlos Augusto Gomes de Sousa – Coronel PM

Comandante-Geral da PM-PI

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Por: Maria Clara Estrêla
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