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Promotor pede que Justiça negue perícia no celular de Camilla Abreu

Para o Ministério Público, o depoimento das testemunhas já corroboram o ciúme e as agressões do policial militar contra a jovem.

07/02/2018 18:20

Em parecer enviado à 2ª Vara do Tribunal do Júri, na tarde desta quarta-feira (7), o promotor João Mendes Benigno Filho solicitou à juíza Maria Zilnar Coutinho Leal o indeferimento do pedido de perícia no celular da estudante Camilla Abreu, solicitado pela defesa do capitão da PM, Alisson Wattson da Silva Nascimento, assassino confesso da estudante.

Para o promotor Benigno Filho, a perícia do aparelho telefônico que pertencia à jovem é incabível por não haver qualquer menção da prova durante a apresentação da defesa, sendo feita somente agora. Além disso, depoimentos de testemunhas anexados ao inquérito policial já comprovam o comportamento agressivo e ciumento do policial com a namorada.

A estudante Camilla Abreu e o policial militar Alisson Wattson. (Foto: Reprodução)

“Existem exaustivos depoimentos que caracterizam o intenso ciúme do acusado com a vítima, assim como os maus-tratos e agressões praticadas pelo denunciado, não havendo necessidade de perícia no celular de Camilla Abreu para comprovar tal acusação”, defende o promotor.

O celular da jovem foi a primeira pista encontrada pela Polícia após a família denunciar o desaparecimento da jovem, no dia 26 de outubro de 2017. Dois dias após o desaparecimento, o aparelho telefônico foi encontrado por uma pessoa desconhecida em uma lixeira às margens da BR-343, próximo ao local onde o corpo da jovem foi ocultado pelo policial militar. A pessoa que encontrou o celular atendeu as chamadas da família da jovem e devolveu o telefone. Para a Polícia, o celular foi descartado pelo namorado e assassino confesso da estudante, Alisson Wattson.

A defesa do policial também havia solicitado o deferimento da indicação de testemunhas para a audiência de instrução e julgamento do caso, que deve acontecer no próximo dia 23 de fevereiro. No entanto, o Ministério Público também discordou da solicitação e pediu que a juíza desconsidere o pedido, afirmando que a defesa não pode arrolar testemunhas no momento “que lhe convier”, fazendo menção ao fato de que a defesa apresentou as testemunhas fora do prazo estipulado pelo Código de Processo Penal.

Julgamento

A juíza Maria Zilnar Coutinho Leal marcou a audiência de instrução e julgamento do capitão da Polícia Militar Alisson Wattson da Silva Nascimento para o próximo dia 23 de fevereiro. O militar é réu confesso do feminicídio da estudante de direito Camilla Abreu. O Ministério Público pediu o indiciamento do acusado pelos crimes de feminicídio, ocultação de cadáver e fraude processual. Oito testemunhas de acusação deverão ser ouvidas na audiência que irá determinar se o caso será levado ou não para o Tribunal do Júri.

Por: Nathalia Amaral
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