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Juiz descarta insanidade mental de ex-PM acusado de matar Camilla

Defesa de Alisson Wattson havia alegado que o réu fazia tratamento psiquiátrico e tomava remédios para tentar comprovar insanidade mental.

05/03/2018 15:28

O juiz da 2ª Vara do Tribunal do Jurí, Carlos Hamilton Bezerra Lima, negou nesta segunda-feira (5) o pedido de investigação para comprovar a suposta insanidade mental do ex-capitão da Polícia Militar, Alisson Wattson, acusado de matar a namorada, a estudante de direito Camilla Abreu, em outubro de 2017.

Para o magistrado, não há dúvida a respeito da sanidade mental do acusado e o fato do réu fazer tratamento com psiquiatra e tomar remédios controlados "não significa dúvida razoável de que ao tempo da ação [do assassinato de Camilla] o mesmo se afigurava destituída da capacidade de compreender o caráter do ato ilícito do fato".

Na decisão, o juiz explica ainda que o pedido da defesa de incidente de insanidade mental por si só não obriga o juiz a autorizar a investigação. Com a sentença, o juiz descarta a possibilidade da defesa alegar que o crime foi cometido em decorrência de insanidade mental, o que poderia trazer benefícios ao acusado, e atesta que o réu possuía perfeitas faculdades mentais quando cometeu o crime.

Alisson Wattson é acusado de matar a namorada Camilla Abreu. (Foto: Reprodução)

A audiência de instrução de Alisson Wattson ocorreu no último dia 23 de fevereiro. O processo está na fase de alegações finais e até o momento não foi decidido se o réu irá ou não ao Tribunal de Júri. Durante a audiência, o ex-PM alegou sofrer de distúrbios psicológicos e se recusou a responder as perguntas feitas pela magistrada, a juíza Maria Zilnar Coutinho, e pela promotoria, respondendo apenas os questionamentos feitos pelo seu advogado.

A sessão foi marcada por debates acalorados entre o advogado Pitágoras Veloso, o promotor Benigno Filho e a juíza  Maria Zilnar Coutinho. A defesa foi advertida pela juíza de que estaria desrespeitando a vítima e a testemunha Luana Maria de Sousa, amiga de Camila, devido às perguntas desqualificando as duas. Mais de uma vez, Maria Zilnar indeferiu questionamentos do advogado.

Pitágoras Veloso chegou a perguntar se Camila e Luana exploravam o ex-capitão financeiramente, quem pagava as contas quando eles saíam e até se a vítima era garota de programa e “afobada".

Por: Nathalia Amaral
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