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Caso Izadora Mourão: familiares dizem estranhar tentativa de esconder armas do crime

Está informação foi dada durante o depoimento na DHPP, na manhã desta sexta-feira, 19.

19/02/2021 12:41

Durante os depoimentos prestados ao Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), nesta quinta-feira (18), alguns familiares de Izadora Mourão informaram ter estranhado a tentativa da mãe da advogada de esconder a arma do crime em suas residências. Segundo o advogado Mauro Júnior, indicado pela Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-PI) para acompanhar o caso, eles afirmaram que a mãe de Izadora, Maria Nerci, não teria explicado o real motivo pelo qual estava tendo essa atitude.

“Momentos antes de anunciar que a Izadora estava morta, a dona Nerci retirou a faca de dentro de casa e deixou na casa de uma irmã. Essa irmã ficou muito abalada, após ter tido conhecimento do crime, e devolveu a faca para ela [Nerci], que convenceu outro parente a levar essa faca para casa dele. Essas pessoas que manusearam a faca e tiveram acesso prestaram depoimento”, disse. Ainda de acordo com o advogado, a mãe de Izadora teria dito que o motivo pelo qual queria deixar a faca fora de sua residência era para que o filho com deficiência não pegasse o objeto. 

O noivo da advogada Izadora Mourão, que não teve o nome divulgado, cedeu uma entrevista para o Portal P2, onde contou sobre a relação da vítima com a família. Nesta sexta-feira, 19, faz sete dias que Izadora Mourão foi assassinada, o fato ocorreu na manhã do dia 13 de fevereiro em sua casa, na cidade de Pedro II, o principal suspeito do crime é o seu irmão João Paulo, que está preso preventivamente. 


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Caso Izadora Mourão: familiares dizem estranhar tentativa de esconder armas do crime. Foto: Reprodução/ Facebook.

Izadora Mourão chegou contar para o noivo que tinha medo de dormir sozinha e receio das atitudes do irmão João Paulo, quando ele ficava com raiva de alguma situação.

"Quando eu soube do crime, que me falaram que era uma sacoleira, eu já falei para minha irmã, ' isso tudo é um álibi', pois a Izadora não devia para ninguém. Para mim ela era um anjo, a gente estava vivendo no auge da nossa felicidade, e eu jurei para ela no caixão, que o que eu pudesse fazer para ver as pessoas que participaram do crime  pagarem por este ato, eu iria fazer, e eu vou lutar até os meus últimos dias para isso", afirmou o noivo.

O noivo relatou que esteve com a Izadora na noite anterior ao crime, eles dormiram juntos em uma pousada e pela manhã, por volta de 6:55h, a advogada o deixou em casa e seguiu para residência de sua mãe, Maria Nerci.

"Toda vez que ela chegava na casa da mãe dela, ela me manda mensagem com orações e em seguida palavras de carinho, e a última mensagem que ela me mandou foi 7:26h da manhã e depois sumiu, e ela não costumava ficar longe do celular. Eu só soube da morte dela 11h da manhã quando cheguei em casa, eu não acreditei e fui imediatamente para casa da mãe dela, quando eu cheguei na rua estava cheio de pessoas e policiais, eu nem consegui entrar", relata o noivo.

Sobre o relacionamento de Izadora com o irmão, João Paulo, e a mãe, Maria Nerci, o noivo fala que a advogada sempre relatava as discussões que tinha com família em relação a questões financeiras.

"Ela me dizia que a mãe dela falava que ia deserdar ela, pois a casa de Teresina ia ser passada para o nome do João Paulo, assim como o sítio, casa de Pedro II e o hotel. E que a Izadora tinha que procurar um cara milionário para casar, porque ela não ia ter herança, então todo dia tinha essa confusão", descreve o noivo.

Sacoleira diz que não conhecia Izadora Mourão 

A família em depoimento a polícia, afirmou que uma mulher teria ido na casa da mãe da Izadora Mourão, para cobrar um dinheiro que a advogada estava lhe devendo. A mãe, Maria Nerci, informou que a vendedora teria conversado com Izadora, e que está mulher teria matado a sua filha.

Depois da declaração dos parentes, começou a circular nas redes sociais que uma mulher conhecida como Maria Alves, seria a autora do crime. O Portal P2 entrevistou a suposta suspeita que afirmou não conhecer a advogada.

"Eu não conhecia essa mulher e não sei como me colocar nesta história, eu estava na minha chácara quando meu filho chegou dizendo que meu marido tinha sido preso, e foi quando eu soube do crime", diz Maria Alves.

Maria contou que a família ficou em choque com o caso e que irão procurar seus direitos em relação a divulgação de fotos da Maria Alves, como culpada na morte da Izadora Mourão.

Diarista diz que mãe de Izadora queria incrimina-la 

Ao encontrar a filha morta, Maria Nerci, afirma que ligou para sua diarista, para que ela verificasse se Izadora Mourão estava viva. Mas a diarista afirmou para Portal P2, que a intenção da mãe era incrimina-la.

"Desespero grande, porque ela me ligou 9:30h da manhã, pedindo para mim ir lá, e eu perguntei o que estava acontecendo e ela 'não, venha aqui, quando chegar você vê', e eu fui, quando chegar ela já me disse que uma mulher tinha dado uma facada na Izadora e ela estava desmaiada, eu fiquei desesperada porque eu gostava muito da Izadora, e sai gritando pedindo para que ela chamasse o Samu",relata.

Ao chegar no quarto do João Paulo, a diarista se deparou com a Izadora Mourão no chão.  A mulher se desesperou e começou a pegar na advogada achando que ela ainda estava viva.

"Quando eu peguei ela já estava gelada, eu falei para dona Nerci que ela estava morta e corri para chamar o João Paulo. Hoje, meu psicológico está abalado, porque eles quiseram me incriminar, não era pra ela ter me chamado", finaliza.

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