Os técnicos e docentes da Universidade Estadual do Piauí (Uespi) fecham o cruzamento das ruas Ceará com João Cabral, próximo à entrada do Campus do Pirajá em Teresina, em protesto por melhorias salariais e pedindo a revogação da Lei do Enquadramento, que congela a progressão de nível dos profissionais da instituição. Simultaneamente, professores e técnicos do Campus de Picos fecharam a BR-316 pedindo diálogo com o Governo sobre as condições de trabalho na universidade.

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Em Teresina, os profissionais realizam uma aula pública simbólica, como forma de mostrar para a sociedade que a Uespi está passando por problemas estruturais e de pessoal. “Nós queremos que o Governo leve para a Assembleia o nosso plano de cargos e carreira para que haja votação. Não podemos continuar nessa mesmice, nosso salário está defasado, temos técnicos que já são mestres, que estão se especializando e o Governo não se manifesta quanto às promoções e melhorias na remuneração”, afirma Leda Simone, representante dos técnicos administrativos da Uespi.

Leda Simone, representante dos técnicos administrativos da Uespi (Foto: Moura Alves/O Dia)

Já os professores pedem, principalmente, a revogação da Lei de Enquadramento, que congela progressões de nível para os profissionais da Uespi. De acordo com o representante da Associação do Docentes da Uespi, professor Daniel Solon, a universidade tem pelo menos 140 professores com portaria de mudança de nível aprovada, mas o Governo ainda não se pronunciou sobre as promoções.

Outra reivindicação da categoria diz respeito à atualização no pagamento de bolsas e diárias aos professores. “Nós queremos a implantação imediata das promoções e progressões e atualização salarial. O que recebemos hoje é desrespeitoso. Estamos apenas fazendo o exercício de diálogo com a sociedade”, explica Licineide Barros, diretora de assuntos acadêmicos da Uespi.

Estudantes interditaram ruas que dão acesso ao Campus do Pirajá em Teresina (Foto: Moura Alves/O Dia)

Durante  protesto, estudantes fecharam a entrada da Uespi com carteiras e mesas simbolizando uma sala de aula.

Protesto em Picos

Cerca de 70 estudantes da Uespi fizeram uma manifestação próximo ao entrocamento das BR's 316 e 407, na cidade de Picos. Eles pedem melhores condições estruturais e de ensino para a instituição. Durante parte do protesto, faixas de trânsito da BR 316 foram interditadas, e a Polícia Rodoviária Federal teve que se deslocar para controlar o tráfego na via.

Foto: Divulgação/PRF

De acordo com a assessoria da PRF, os estudantes seguiram a orientação e ficaram manifestando somente em meia pista da rodovia, alternando entre as duas faixas para evitar a interdição completa da via. O protesto aconteceu em um trecho do KM 314, da BR 316. Após 30 minutos de manifestação em cima da rodovia, os estudantes liberaram completamente a via, passando a manifestar somente em frente ao campus da UESPI.

Com a presença da Polícia no local, e a cooperação dos estudantes, o fluxo de veículos seguiu e não houve congestionamento. 

Picos: Estudantes cantam paródias e fazem mobilização na cidade. Além de estudantes, professores e técnicos ocupam a Avenida Senador Helvídio Nunes, no bairro Junco.

Docentes e técnicos da Universidade Estadual de todo o Piauí estão paralisados desde a última segunda-feira (18). Eles lutam por melhorias estruturais, no ensino e pela revogação da Lei Estadual de Enquadramento de Servidores. Eles lançaram uma campanha no Facebook, intitulada #100motivosPARAaGREVEnaUESPI. 

Edição: Nayara Felizardo
Por: Marcos Cunha (estagiário) e Maria Clara Estrêla