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Professores da Uespi elencam 100 motivos para a greve na instituição

Já foram divulgados 39 motivos na página da ADCESP no Facebook. Concurso público para docentes e segurança para os campi são algumas das reivindicações.

25/04/2016 10:36

Uma campanha lançada ontem (25), na página oficial da Associação dos Docentes do Ensino Superior do Piauí (Sindicato de Professores da UESPI), busca elencar 100 motivos para docentes e técnicos da Uespi estarem de greve. Intitulada #100motivosPARAaGREVEnaUESPI, a postagem já reúne 39 imagens onde apresentam algumas reivindicações de professores, técnicos e alunos, como a necessidade de um concurso público e de mais segurança nos campi. Greve dos docentes da Uespi foi deflagrada na última segunda-feira (18).

A campanha ainda usa a página como uma forma de interação ao pedir que os internautas comentem ou enviem sugestões de motivos para a greve na instituição, que devem ser publicadas. Além das redes sociais, os professores ainda recorrem à mobilizações nas ruas, como forma de conscientizar a comunidade sobre as reivindicações da classe.

Alguns dos motivos divulgados na página da ADCESP no Facebook. (Foto: Reprodução)

De acordo com a presidente do Sindicato de Professores da UESPI, Lina Santana, a pauta principal continua sendo a existência da lei que congela o plano de progressão e promoção de servidores estaduais. Lina justifica que apesar da Uespi ter sido retirada da Lei de Enquadramento de Servidores (Lei nº. 6.772/2016), um artigo da lei ainda pode interferir nas instituições. 

"Queremos a revogação da Lei de Enquadramento, ou pelo menos do Art. 4, que ainda fere o direito de todas as instituições estaduais, já que dá poder ao Governador de interferir no quadro das instituições quando ele quiser. Com essa lei, ele pode diminuir quadro de professores, reajustar folha, extiguir quadros, então queremos a revogação", explicou Lina.

Professores, técnicos e estudantes da UESPI (Foto: ODIA)

A greve na Universidade Estadual do Piauí segue ativa, com cerca de 80% das atividades paralisadas, segundo o sindicato. Mobilizações nas redes sociais e nas instituições continuam pressionando o Governo por melhorias. Estão juntos no movimento os docentes, técnicos administrativos e estudantes. A presidente do sindicato ainda acrescenta que existem servidores com salários atrasados, com salário abaixo do mínimo, e que a situação nos campi do interior é ainda mais delicada.

Na semana passada, o governador Wellington Dias (PT) recomendou o corte de ponto dos professores da Universidade Estadual do Piauí (Uespi), que estão em greve, e chegou a afirmar que “não se pode brincar de greve”. Ele ainda reconheceu o erro cometido ao encaminhar à Assembleia Legislativa do Piauí um projeto de lei inserindo professores e servidores da instituição de ensino na lei do enquadramento.

Em nota, a Uespi alega a legitimidade da greve e reforçou o compromisso com as promoções, progressões e mudanças de regime de professores(as) e técnicos(as), segundo o Plano de Cargos, Carreiras e Salários. Um ofício sobre a greve e suas pautas de reivindicações foi enviado ao Governo.

Veja nota na íntegra:

A Administração Superior da Universidade Estadual do Piauí informa à comunidade uespiana que não recebeu qualquer notificação oficial do Governo do Estado em relação à greve de professores e técnicos, deflagrada no último dia 18. No entanto, diante da veiculação, por parte da imprensa, de ameaça de corte de ponto de professores(as) e técnicos(as) grevistas, a Administração Superior reitera que considera a greve legítima e reforça o compromisso inarredável com a implementação de promoções, progressões e mudanças de regime de professores(as) e técnicos(as), segundo o Plano de Cargos, Carreiras e Salários.

Nesta segunda-feira (25), foram encaminhados dois ofícios – ao Karnak e à Secretaria de Administração – comunicando sobre a greve e suas pautas de reivindicações, de forma a tentar mediar as questões entre UESPI e Governo do Estado. A Administração Superior permanece confiante no bom diálogo desenvolvido até aqui para a implementação de políticas que fortaleçam e deem visibilidade à UESPI e ao próprio Estado.


Edição: Nayara Felizardo
Por: Marcos Cunha (estagiário)
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