A Prefeitura de Teresina divulgou nesta quinta-feira (24) os resultados da 20ª etapa da pesquisa sorológica que dimensiona o avanço da pandemia do novo coronavírus na cidade. Os dados apontam que a quantidade de consultas por Síndromes Gripais caiu nas últimas semanas e agoira está estável. No entanto, houve um leve aumento nos casos de Síndromes Respiratórias Agudas Graves (SRAG) nos últimos 14 dias que colocam Teresina em estado de atenção.
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As Síndromes Respiratórias Agudas Graves (SRAG) são os casos mais graves de síndromes gripais. A pesquisa aponta que o pico de atendimentos a pacientes nessa situação aconteceu na última semana de junho e início de julho, quando uma média de 110 pessoas por semana buscavam atendimentos nas unidades de saúde. De lá para cá, a queda na média móvel de atendimentos por SRAG caiu 70,79%, mas nos últimos 14 dias, voltou a subir em 23,5%. Na semana passada, foram 211 atendimentos deste tipo de caso.
Foto: Agência Brasil
Esse leve acréscimo nos casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave em Teresina nas últimas semanas acende um alerta para a capital, que já concluiu quase todas as etapas de retomada da economia. Chama mais ainda a atenção o fato de que o R0 – índice de transmissibilidade da covid-19 – estar em 1,08, um pouco cima do patamar considerado ideal pela Organização Mundial da Saúde para se falar em flexibilização das regras de isolamento.
A Prefeitura de Teresina vem monitorando a situação. “Estamos em processo de queda e agora temos que continuar monitorando. Se eventualmente a SRAG continuar a subir, teremos não apenas que congelar essa abertura, como também revê-la. Mas ainda é muito cedo para se falar isso. A tendência é que esse processo de queda continue, mas em um ritmo bem mais lento. É importante ressaltar que esse patamar inferior é plenamente atendido pela rede hospitalar”, afirmou o prefeito Firmino Filho durante a apresentação dos dados.
Firmino disse que a Prefeitura vai avaliar a reabertura das atividades após esse aumento nos casos de Síndromes Gripais - Foto: O Dia
Em se tratando da rede hospitalar, o que preocupa agora em Teresina é a ocupação dos leitos não-covid. É que com a reabertura das atividades econômicas, a quantidade de gente circulando pela cidade voltou a aumentar e ocorrências que estavam em baixa durante a pandemia como acidentes de trânsito, por exemplo, tiveram um acréscimo nas últimas semanas. Os dados da Prefeitura apontam que a taxa de ocupação de leitos de UTI não-covid na capital está em 81,56% enquanto que a de leitos UTI covid está em 64%.
Esse leve aumento na ocupação dos leitos de UTI covid foi impulsionado, segundo o prefeito Firmino Filho, não pelo real aumento dos casos, mas sim por causa da conversão de leitos covid para não-covid. No que respeita à taxa de uso dos leitos clínicos não-covid, ela está em torno dos 80%. Já para os leitos clínicos covid, a taxa gira em torno dos 50%. Houve um leve aumento nas últimas semanas, mas a PMT atribuiu isso ao fechamento de hospitais de campanha e à conversão de leitos covid em não-covid.
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Situação da pandemia na capital
Nesta 20ª etapa da Pesquisa Sorológica, ficou constatado que Teresina possui atualmente 126.973 pessoas positivadas para o novo coronavírus. O número representa quatro vezes mais que as 28.332 notificações oficiais contabilizadas pela Fundação Municipal de Saúde (FMS) e mostra uma queda de 17% em relação à quantidade de contaminados detectada na etapa anterior da pesquisa, divulgada há duas semanas.
O que chama a atenção nos dados de hoje (24), no entanto, é a composição desses positivados para a covid-19. O número de teresinenses com anticorpos tem diminuído ao longo do tempo em Teresina, o que pode indicar que essas pessoas ou perderam a imunização para a doença ou desenvolveram algum outro tipo de defesa contra o vírus como a memória celular, por exemplo.
No momento, Teresina tem 51.891 positivados para a covid-19 em infecção remota, ou seja, com anticorpos desenvolvidos. A queda foi de quase 50% em relação às mais de 100 mil pessoas com anticorpos detectados em etapas da pesquisa sorológica realizadas nos meses de junho e julho. Já no que respeita aos infectantes, ou seja, àqueles com contaminação recente e que ainda podem transmitir o vírus, Teresina tem atuamente 24.994 pessoas nesta situação, sendo que os principais agentes contaminadores são jovens adultos entre 24 e 34 anos.
Por: Maria Clara Estrêla