A Polícia Civil do Piauí cumpriu na manhã de hoje (30) 23 mandados de busca e apreensão e mandados de prisão no Estado do Ceará em ações da terceira fase da Operação Precatório, que desarticula uma quadrilha especializada em dar golpes junto ao Poder Judiciário Brasileiro, lesando pessoas habilitadas a receber o pagamento de dívidas judiciais.

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Esta é a fase da operação coordenada pela Gerência de Polícia Especializada do Piauí. Na ação de hoje não há prisões aqui no Estado, mas somente no Ceará, onde os policiais piauienses estão acompanhando as diligências. “No Piauí, nós temos vítimas desse grupo criminoso que é muito bem articulado e tem uma engenharia social muito organizada. Tem gente que se passa por desembargadores, auditores de Tribunais de Justiça e que se valiam da boa-fé desses beneficiários para roubá-los”, explica o delegado Matheus Zanatta.

^{Delegado Matheus Zanatta, gerente de Polícia Especializada do Piauí - Foto: Assis Fernandes/O Dia}

Nesta fase da operação, a polícia mira no alto escalão da quadrilha, que eram as pessoas que recebiam os montantes conseguidos das vítimas através dos golpes. Também é alvo desta ação o patrimônio levantado pelo grupo durante o tempo em que ficaram na ativa. Nas diligências, a polícia apreendeu, dentre outros bens, carros de luxo, um deles um modelo Land Rover avaliado em R$ 400 mil.

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“Até o momento temos sete prisões no Ceará e estamos prosseguindo com o cumprimento dos mandados até conseguirmos dar baixa em todas as ordens judiciais”, finaliza o delegado Zanatta.

Entenda o golpe

A Operação Precatório teve sua primeira fase deflagrada em março no Piauí, quando a polícia começou a investigar crimes de estelionato praticados por uma quadrilha suspeita de se passar por desembargadores e auditores fiscais do Judiciário Brasileiro. Segundo a polícia, os membros do grupo identificavam e localizavam pessoas habilitadas ao recebimento de precatórios judiciais e forneciam informações e orientações falsas para conseguir extrair dinheiro das vítimas.

“Eles verificavam nos sites dos tribunais a lista de cidadão habilitados a receber o precatório e entravam em contato com essas pessoas, aplicavam uma engenharia social e faziam com que a vítima fizesse algum pagamento prévio para então poder receber seus valores. A gente sabe que legalmente ninguém deve pagar nada para ter o direito de receber precatórios”, explicou o delegado Matheus Zanatta.

Nas duas fases anteriores da operação, a polícia mirou no braço financeiro da organização criminosa e nos coordenadores do esquema. Hoje o foco é localizar e prender as pessoas beneficiadas pelo dinheiro conseguido por meio dos golpes e o patrimônio da quadrilha.

Por: Maria Clara Estrêla