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Piauí: polícia cumpre mandados contra golpe do falso precatório

Nesta segunda fase da Op. Precatório estão sendo cumpridos 20 mandados judiciais. Grupo se passava por desembargadores e auditores de Tribunais para aplicar golpe.

17/06/2020 07:56

A Polícia Civil do Piauí e do Ceará deflagrou nesta quarta-feira (17) a segunda fase da Operação Precatório, que visa combater crime de estelionato e golpes financeiros praticados contra moradores dos 27 estados brasileiros por criminosos que se passavam por desembargadores e auditores fiscais dos Tribunais de Justiça do país.  Estão sendo cumpridos aproximadamente 20 mandados judiciais, sendo que 11 deles são de prisão.

As investigações que culminaram na operação se iniciaram em janeiro deste ano e em março, a polícia deflagrou a primeira fase da ação. Com apoio das Polícias Civis do Ceará, do Distrito Federal e de Santa Catarina, foram cumpridos 13 mandados de prisão na primeira fase da operação, que visava combater o braço financeiro da organização criminosa, ou seja, quem recebia o dinheiro do golpe e fazia as movimentações financeiras.

“Nesta segunda fase, estamos combatendo a coordenação dessa organização criminosa, quem aplica o golpe por telefone, quem coordena os golpes praticados por esses investigados. Essa organização atuou em quase todos os estados da federação fazendo mais de mil vítimas entre vítimas tentadas e consumadas. É uma importante operação encabeçada pela Polícia Civil do Piauí com apoio das polícias civis de outros estados”, explicou o delegado Matheus Zanatta, gerente de polícia especializada do Piauí.


Foto: Divulgação/Polícia Civil do Piauí

Entenda a ação

A Operação Precatório visa basicamente investigar crimes de estelionato praticados por golpistas que se passam por desembargadores e auditores doe Tribunais de Justiça em todo o Brasil. Segundo a polícia, os suspeitos fingem ser autoridades públicas para passar informações falsas às vítimas sobre o recebimento de precatórios judiciais.

Precatórios são uma forma do ente público fazer o pagamento devido a alguém que move uma ação judicial. Os investigados basicamente verificavam a lista de pessoas habilitadas a receber precatórios nos sites dos tribunais e aplicavam os golpes induzindo as vítimas a fazerem um pagamento antecipado para poder receber os valores devidos pelo poder público.


Foto: Divulgação/Polícia Civil do Piauí

Quem deu mais detalhes da ação foi o delegado Yan Brayner, que coordenou as investigações no Piauí: “Esses golpistas ligavam para as vítimas se passando por servidores públicos e forneciam o contato telefônico de outro estelionatário que eles identificavam como desembargadores de diferentes tribunais do Brasil. Em seguida, quando as vítimas entravam em contato com estes falsos desembargadores, era lhes cobrado uma taxa cartorária cujo variava a depender do valor do precatório que cada vítima tinha a receber”.


Segundo o delegado, a maioria das vítimas era pessoas idosas e bastante vulneráveis. Inclusive algumas relataram em depoimento que estavam em estado avançado de doenças degenerativas, como Mal de Parkinson, por exemplo.

O que chamou a atenção, de acordo com Brayner, é que os golpistas chegavam inclusive a dizer que o motivo do contato com a vítima era justamente a impossibilidade dela em comparecer pessoalmente na sede do tribunal em virtude da pandemia do novo coronavírus, o que acabava dando maior credibilidade ao golpe.


Aguarde mais informações.

Por: Maria Clara Estrêla
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