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Operação cumpre mandados contra suspeitos de estelionato no Piauí

Ao todo, foram cumpridos 16 mandados de prisão e 17 de busca e apreensão. A ação conta com cem policiais do Piauí, Ceará e Distrito Federal.

04/03/2020 15:27

A Polícia Civil do Piauí deflagrou nesta quarta-feira (04) a Operação Precatórios, que investiga crimes de estelionato praticados por uma quadrilha suspeita de se passar por desembargadores e auditores de Tribunais de Justiça pelo país. Ao todo, foram cumpridos 16 mandados de prisão e 17 de busca e apreensão. A ação conta com cem policiais do Piauí, Ceará e Distrito Federal.

Segundo a polícia, a investigação começou há pelo menos um mês depois que os suspeitos começaram a se passar por autoridades públicas para passar informações falsas sobre o recebimento de precatórios.

“Precatório é forma um ente público realizar o pagamento devido ao autor de uma ação judicial. Os autores desses crimes verificavam no site dos tribunais a lista de cidadãos habilitados a receber precatório e então aplicavam uma engenharia social fazendo com que a vítima fizesse alguma espécie de pagamento prévio para então poder receber seus valores”, descreve o Delegado Matheus Zanatta.

Foto: Assis Fernandes. 

A Operação foi desenvolvida pela Gerência de Polícia Especializada da Delegacia Geral de Polícia Civil, Delegacia de Repressão aos Crimes de Informática (DRCI), Delegacia de Combate aos Crimes Contra a Ordem Tributária e as Relações de Consumo (DECCOTERC) e Diretoria de Inteligência da Secretaria de Segurança Pública (DINT-SSP).

Em janeiro deste o ano, o Tribunal de Justiça do Piauí (TJ-PI) alertou para o crime no Estado. Segundo o TJ, estelionatários entraram em contato com os credores e solicitaram a realização de depósitos bancários para que os valores referentes aos precatórios sejam liberados.

Precatório é o reconhecimento judicial de uma dívida que o ente público tem com o autor da ação, seja ele pessoa física ou jurídica. O TJ-PI é o responsável por gerenciar a “cobrança” do ente devedor, de modo que seja garantida a exatidão do crédito e a ordem de pagamento. 

A polícia informou também que há indícios de que os crimes teriam sido praticados nos Estados da Paraíba, Alagoas, Espirito Santo, Mato Grosso do Sul, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. 

Foto: Assis Fernandes. 

Segundo o delegado Anchieta Nery, titular da Delegacia de Repressão a Crimes de Informática (DRCI), a internet foi uma fonte de informação dos criminosos que obtiveram dados reais das vítimas para dar credibilidade ao crime.

“Os autores se valiam de pesquisas em fontes abertas como buscadores de internet, e em fontes fechadas como empresas de bancos de dados para obter informações reais das vítimas e seus processos e dar credibilidade aos golpes”, disse.

Com a ação, a polícia afirmou que foi possível encerrar o ciclo de golpes antes que mais cidadãos de outros estados se tornassem vítimas.

Edição: Adriana Magalhães
Por: Jorge Machado, do Jornal O Dia
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