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Moradores divergem sobre cobertura de canal no Mocambinho

Parte da população aprova a obra que é uma reivindicação antiga. Outros temem que o fechamento tenha efeito contrário e piore a situação da região.

13/02/2020 08:40

O mês de fevereiro tem registrado um grande volume de chuvas e isso tem preocupado a população de Teresina, especialmente quem mora em áreas consideradas de risco ou críticas. No bairro Mocambinho, zona Norte da Capital, o canal que corta a Avenida Prefeito Freitas Neto causa transtornos para os moradores há anos.



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O local já foi palco de inúmeros acidentes, sobretudo de veículos que caíram dentro do córrego. A reivindicação antiga dos moradores, de cobrir o canal, finalmente será atendida. Mas agora obra tem dividido opiniões. Enquanto alguns são favoráveis ao fechamento do canal, outros temem que os transtornos aumentem.

Por ser aberto, veículos já caíram no local - Foto: Assis Fernandes/O Dia

“Antigamente quando chovia muito, o canal conseguia comportar toda a água que escorria, mas hoje em dia já transborda. Deve ter alguma coisa entupida e que está fazendo a água acumular. Tampar o canal seria arriscado, porque a pressão da água é muito grande e pode estourar o concreto. Além disso, não será possível saber quando a galera estará suja e precisando de limpeza. Isso pode entupir ainda mais e impedir que a água escoe”, comenta o mototaxista Francildo Alves, que mora no bairro há mais de três décadas.

Por outro lado, Ivanildo Araújo, que também trabalha como mototaxista no bairro, acredita que cobrir o canal seria uma forma de evitar acidentes, tanto em dias chuvosos, quando fica impossível visualizar o córrego, como de pessoas que acabam perdendo o controle de carros, motos e até bicicletas.

“Eles deveriam cobrir o canal com grades, porque assim daria para ver e levantar a grade quando precisar fazer limpeza do córrego e diminuiriam as chances das pessoas caírem dentro. Poderiam colocar uma mureta de contenção nas laterais, para evitar que as pessoas caiam”, defende Ivanildo Araújo.


Obras no Mocambinho devem iniciar em breve

Para atender à reclamação dos moradores do bairro Mocambinho que cobram a cobertura do canal, a engenheira da Superintendência de Desenvolvimento Urbano Centro-Norte (SDU/Centro-Norte), Adélia de Melo, explica que a ordem de serviço para a realização da obra já está assinada e em breve será iniciada. Ela enfatiza que o canal tem 600 metros de extensão e que o canteiro de obras já está sendo instalado próximo à Ponte Leonel Brizola (Ponte do Mocambinho).

“Realmente, há muita reclamação de veículos que caem dentro do canal, por ser aberto. Por isso, ele será todo fechado em laje de concreto armado. Teremos trechos para carros passarem, fazendo a passagem de uma via para outra, além de área de vivência com pergolados de madeira com estrutura metálica, com bancos, jardineiras e toda uma urbanização e jardinagem ao longo da extensão do canal”, comenta.

A engenheira pontua ainda que a obra trará grandes mudanças para a região, não somente pela segurança, mas em urbanização, possibilitando que os moradores utilizem o local para praticar caminhada ou lazer. A obra já iniciou, mas pelo fato do canal ser todo em concreto, devido ao período chuvoso, a construção está seguindo lentamente.

Com relação ao receio dos moradores, sobre a capacidade do canal suportar o volume de água, a engenheira da SDU/Centro-Norte revela que a área do canal será ampliada para que comporte as águas vindas de regiões próximas. Ela destaca também que foram feitos diversos estudos da vazão existente no local.


“Mas observamos também que muito desse acúmulo de água é por conta da sujeira. Precisamos saber como estão as galerias que deságuam no canal. Já providenciamos para que seja feita a limpeza de todas as galerias, de modo que, quando ocorra uma chuva forte, como vem sendo registrado, seja possível atender à vazão”, conclui.

A obra tem recursos totais de aproximadamente R$ 3 milhões, oriundos de convênio com a Caixa Econômica. Após a conclusão dos serviços, a Associação dos Moradores do bairro e a Praça também serão entregues à comunidade reformadas.

Por: Isabela Lopes, do Jornal O Dia
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