Representantes da classe artística, profissionais da cultura e representantes do ramo do turismo do Piauí se reuniram em protesto na manhã de hoje (21) contra o decreto estadual de Lei Seca que já começa a vigorar no próximo final de semana. Em um ato na frente do Palácio de Karnak, no Centro, eles alegam que o Governo não foi sensível à situação da categoria que passou mais de seis meses parada por conta da pandemia e questionam a manutenção de eventos políticos que geram aglomerações durante a campanha eleitoral.

É o que pontua o representante do setor turístico de pousadas e restaurantes na orla de Luís Correia, que participou do ato hoje em Teresina. Hélio Deane diz que a classe já passou seis meses sendo penalizada por não poder exercer suas atividades e que as verdadeiras aglomerações não acontecem em eventos nem locais de entretenimento, e sim nas campanhas corpo a corpo de candidatos no pleito municipal.

“Para o governador baixar esse decreto, ele deveria primeiro parar as carreatas e comícios, porque aglomeração quem está fazendo são os políticos, não os donos de bares e nem os músicos. Nós da área hoteleira também estamos sofrendo porque o turista, ele não vai sair de sua região para ir para uma praia sem poder se sentar numa brisa de restaurante e consumir uma bebida. Nós todos vamos ser prejudicados”, explicou Hélio.

Quem também se mostrou insatisfeito com a Lei Seca no final de semana no Piauí foram os representantes dos clubes e sociedades recreativas. Presentes no protesto em frente à sede do Governo, eles alegaram que é injusto barrar o funcionamento de seus estabelecimentos nos fins de semana sendo que eles já operam com restrição de público, enquanto nas ruas há carreatas e eventos políticos acontecendo sem obedecer a nenhum protocolo.

É o que diz o presidente do Clube dos 100 em Teresina: “Estamos penalizados há mais de seis meses, somo a categoria mais penalizada do Brasil e agora que recebemos um pouco mais de sensibilidade do governo, vem esse decreto. Nós precisamos trabalhar. Eu me pergunto é como nós somos impedidos de trabalhar e pode ter carreata de político. Acredito que antes de baixar uma medida dessa tem que ouvir a parte da população que vai ser afetada”, finalizou.

A Lei Seca decretada pelo governador Wellington Dias também ganhou adesão do prefeito Firmino Filho, que falou em aplicar a medida em Teresina.

A reportagem do Portalodia.com buscou o Governo do Estado para se pronunciar sobre as alegações dos artistas e profissionais do ramo cultural. A assessoria do Executivo disse apenas que não há decreto determinando Lei Seca. Nenhuma publicação a respeito disso foi feita no Diário Oficial do Estado.

Por: Maria Clara Estrêla, com informações de Lalesca Setúbal