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Governo pede que as pessoas busquem o médico aos primeiros sintomas

O governador Wellington Dias disse que foi um "erro" pedir que as pessoas só fossem ao hospital após a doença se agravar. "Queremos localizar e tratar mais cedo para evitar ocupação de UTI's".

08/06/2020 11:47

Assim que a pandemia do novo coronavírus chegou ao Brasil e aqui ao Piauí, em meados de março, uma das primeiras orientações que o poder público deu para a população que as pessoas que apresentassem sintomas de síndromes gripais ou de covid-19 evitassem ir às unidades de saúde e só o fizessem se o caso se agravasse e houvesse casos de falta de ar.


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Quando foi hoje (08) em coletiva no Palácio de Karnak, o governador Wellington Dias reconheceu que esse protocolo da rede de saúde de só receber casos graves a princípio, foi um erro e que o ideal é que as pessoa doentes busquem o médico ainda nos primeiros sintomas e estágio leve da covid-19 para que possa ser tratada com antecedência e evitar agravamento da doença e a ocupação de leitos de UTI.

A ideia é que com as pessoas buscando atendimento médico logo e sendo diagnosticadas em tempo hábil, o Piauí possa reduzir o número de óbitos decorrentes do coronavírus e, principalmente, mapear onde está a covid-19 e freá-la. Esta é uma das frentes de atuação previstas no Protocolo de Retomada Gradual (PRO) das atividades econômicas do Piauí, apresentado hoje pelo Governo.

Ele inclui uma ferramenta de combate ao coronavírus chamada de BuscAtiva: profissionais especializados vão em busca daquelas pessoas contaminadas para isolá-las, trata-las e evitar a sobrecarga do sistema de saúde nos leitos para casos graves, que são aqueles com respiradores. Isso será eficaz para mostrar a real situação do Piauí durante este início de processo de retomada das atividades econômicas.


Foto: Agência Brasil

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De acordo com o governador Wellington Dias, até ontem, o Piauí contava com 388 leitos com respiradores mecânicos, sendo que 212 estão ocupados e 176 encontram-se livres. A taxa de ocupação das vagas para casos graves de covid-19 no Piauí é 53%, beirando os 54%. No entanto, há a perspectiva de ampliação da rede de atendimento com a chegada de equipamentos novos adquiridos pelo Estado. A expectativa é de que daqui a duas semanas, no dia 21 de junho, a taxa de ocupação permaneça em torno dos 54% justamente porque o número de leitos deverá ser aumentado.

“Estamos trabalhando com a perspectiva de não termos colapso e agora queremos ampliar também os leitos clínicos. O BuscAtiva cria uma rede de leitos clínicos maior e a preferência é que o paciente que ficava em casa possa ser cuidado mais cedo para descobrir a doença mais cedo e ser tratado mais cedo. Nós já temos protocolos estabelecidos com profissionais treinados. Então as pessoas ao sentirem um dos sintomas que estamos divulgando, procurem a rede de saúde. Não pode é se automedicar e quando chegar na rede de saúde, já chegar muito grave. Nosso ponto fraco é o número de óbitos que podem ser evitados e estamos trabalhando nisso”, discorreu o governador.

Os municípios do interior piauiense também terão um posicionamento estratégico para a eficácia do BuscAtiva. O Piauí possui oito regiões de saúde concentradas nos municípios mais populosos. Aquelas cidades que fazem fronteira com outros estados atuarão no fortalecimento das barreiras sanitárias para identificar casos de importação de covid-19, ou seja, quando alguém vem de fora do Piauí e entra infectado no Estado.

Além disso, essas cidades do interior terão que testar no mínimo 2% de sua população e receber as equipes do BuscAtiva para apoiar na localização, isolamento e proteção aos grupos de risco do coronavírus. Esses municípios terão ainda que ter capacidade de fiscalização e de cumprimento da quarentena para que alcancem um baixo nível de risco para a pandemia. De acordo com Wellington Dias, todas as cidades do interior terão até o dia 14 de junho para se adequarem a essas normas. No momento, ao menos um terço dos municípios piauienses já estão de acordo com todas as regras.

Por: Maria Clara Estrêla
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