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Teresina não registra mortes por covid pelo segundo dia consecutivo

Teresina está há 48 horas sem registrar mortes por covid-19. É isso o que apontam os boletins epidemiológicos divulgados pela Secretaria Estadual de Saúde (Sesapi) na noite da última quarta-feira (09) e na noite de ontem (10). Os óbitos registrados na capital durante estes dias na verdade foram diagnóstico tardios de covid-19, ou seja, são mortes que ocorreram anteriormente, mas somente agora tiveram sua causa detectada.


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Vale lembrar que não é a primeira vez que Teresina deixa de registrar mortes por covid-19 desde o começo da pandemia. No último dia 02 de junho, a capital também não figurou entre a lista de cidades com vidas perdidas para o coronavírus. E em 12 de setembro de 2020, pouco depois do pico da primeira onda, a cidade também ficou sem óbitos.

Os especialistas atribuem essa aparente desaceleração nos óbitos por covid-19 em Teresina a três fatores: o avanço da vacinação, as medidas restritivas adotadas em março deste ano que ainda reverberam positivamente nos índices e a ciclicidade da doença. Quem explica é o professor Emídio Matos, do Núcleo de Estudos em Saúde Pública (NESP) da UFPI.


Foto: Assis Fernandes/O Dia

“A pandemia, ela é cíclica. Ela vai ter momentos de descida e de subida. Temos estados que estão crescentes, como Pernambuco, Rio Grande do Sul e Paraná. E temos estados onde ela desacelera, como é o caso do Piauí. Mas não podemos relaxar e achar que está tudo bem. Precisamos ter a cobertura vacinal com primeira e segunda dose para garantir que os índices não voltem a subir”, diz.

Os dados do NESP apontam a efetividade da vacinação no Piauí: houve uma redução de 62% na média de letalidade da covid-19 entre os idosos de 70 a 79 anos. Isso se chama retorno da imunização, ou seja, a resposta do comportamento do vírus ao avanço da vacinação em primeira e segunda dose. Os idosos de 70 a 79 anos foram os que mais retornaram para receberem a dose de reforço no Piauí e é a faixa etária que mais viu a taxa de letalidade cair

Mas apesar dessa aparente desaceleração da covid-19 em Teresina nos últimos dias, nada garante que uma nova onda de infecção e mortes volte a se abater sobre a cidade, assim como aconteceu em outros momentos de baixa nas taxas da doença desde o início da pandemia até hoje. Daí a importância e a necessidade de se manter os protocolos sanitários e praticar o distanciamento social, sobretudo com o uso de máscara e álcool em gel.

“Existe sim o risco de uma nova onda, então não podemos relaxar e achar que está tudo bem. Temos que continuar mantendo as práticas que adquirimos desde o início e, principalmente, avançar na vacinação. Não é pra tirar a máscara agora, porque a vacinação ainda não chegou a uma parcela da população suficiente para falarmos que o contágio pode desacelerar”, finalizou Emídio Matos.