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Sputnik V: Mesmo com negativa da Anvisa, Consórcio Nordeste defende importação

Após diretores da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) negarem, por unanimidade, os pedidos de importação da vacina Sputnik V, desenvolvida pelo Instituto Gamaleya, da Rússia, o Comitê Científico do Consórcio Nordeste reiterou o parecer favorável à aprovação da vacina e importação do imunizante pelos estados do Nordeste. O consórcio já havia fechado a compra de 37 milhões de doses da Sputnik V e pretendiam receber as doses ainda neste mês de abril.


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Na noite de ontem (26), os cinco diretores responsáveis por áreas técnicas da Anvisa apontaram que a vacina russa não conseguiu demonstrar a segurança e a eficácia necessárias para a aprovação. Para os votantes, há insuficiência de dados e risco à saúde por falha na fabricação do imunobiológico. Com a decisão, a Anvisa nega os pedidos de importação feito pelos estados do Piauí, Bahia, Acre, Rio Grande do Norte, Maranhão, Mato Grosso, Ceará, Sergipe, Pernambuco e Rondônia.

Foto: Divulgação/Casa Rosada

Contudo, para o Consórcio Nordeste, diante da pandemia do novo coronavírus, não se pode deixar que entraves burocráticos prejudiquem o acesso da população à vacina e reafirmou a importância dos imunizantes como a “grande esperança” do combate à pandemia, lembrando que mais de 3,5 milhões de vidas já foram perdidas em decorrência da doença em todo o mundo.

O comitê usou como comparativo os processos regulatórios e científicos aos quais são submetidos outros imunobiológicos, como as vacinas produzidas pela AstraZeneca e Johnson & Johnson. Além disso, destacou ainda os estudos científicos desenvolvidos para a aprovação do imunizante russo, dando enfoque à eficácia comprovada de 91,6% e a aprovação e uso da vacina em diversos outros países.

“Argentina e a Hungria já anunciaram resultados iniciais de efetividade com esta vacina e foram bastante promissores. Na Hungria, onde foram administradas mais de 200 mil doses, a resposta desta vacina foi superior a de outras plataformas. O monitoramento de eventos adversos na Argentina comprovou os dados do estudo de fase 3, onde a maioria dos eventos adversos foram considerados leves, tornando a possibilidade de o Brasil contar com uma vacina imunogênica e segura”, frisou.

Na última quinta-feira (22), o Supremo Tribunal Federal (STF) havia autorizado o Piauí a importar e aplicar a vacina russa Sputnik, caso a Agência Nacional de Vigilância Sanitário (Anvisa) não analisasse os pedidos de autorização.