Portal O Dia - Notícias do Piauí, Teresina, Brasil e mundo

WhatsApp Facebook Twitter Telegram Messenger LinkedIn E-mail Gmail

Rebelião na Casa de Custódia já dura cerca de 20 horas e autoridades negociam

Uma equipe conversou com oito detentos; enquanto outra negociou com o sindicato dos agente penitenciários

16/12/2015 15:59

Após quase 20 horas de rebelião na Casa de Custódia, as autoridades públicas do Estado se reuniram para iniciar as negociações que podem colocar fim, ou pelo menos amenizar o caos que se tornou o sistema prisional nos últimos dias.

No início da tarde, o capitão Dênio Marinho, diretor do presídio, o promotor Elói Pereira e o advogado Lucas Villa conversaram com uma comissão de detentos formada por oito homens, sendo um representante de cada pavilhão, do B ao I.

Os presos exigiram a volta das visitas e das audiências, que foram suspensas por conta da greve dos agentes. Eles também exigem uma solução para superlotação da unidade.

Às 17 horas, a Sejus informou que a situação na Casa de Custódia estava controlada e que a PM já havia começado a organizar os presos em suas celas.

"Após essa reunião os presos voltaram para os pavilhões e, por volta das 15h30, foi retomado o processo de pacificação da unidade, sem tiros. No momento, as tropas pacificadoras avançam sem problemas, pavilhão por pavilhão, organizando os presos", informou a Secretaria de Justiça, por meio de nota.

Segundo a pasta, ainda nesta quarta-feira foi dado início ao processo de limpeza dos pavilhões e de reparo dos danos.

Reunião com os agentes

Em outra frente de negociação, o secretário de Justiça, Daniel Oliveira, reuniu-se no Tribunal Regional Eleitoral com o desembargador Edvaldo Moura, o juiz José Vidal de Freitas e representantes do Sindicato dos Agentes Penitenciários (Sinpoljuspi) para discutir a situação da greve e das rebeliões nos presídios em Teresina e Parnaíba.

 

Familiares de detentos derrubaram portão da Casa de Albergados (Fotos: Jailson Soares / O DIA)


Leia mais: Presos da Casa de Custódia iniciam nova rebelião em Teresina 

Presídio de Parnaíba está sem água e sem luz e presos voltam a se agitar 


O desembargador Edvaldo Moura já deixou marcada uma audiência de conciliação com representantes do Sinpoljuspi, que será realizada nesta quinta-feira (17), ao meio-dia, no Tribunal de Justiça do Piauí. De acordo com a Secretaria de Justiça do Estado, Daniel Oliveira, a maior parte das reivindicações feitas pelo Sindicato foram atendidas: 12,5% de aumento no subsídio; implantação da insalubridade (que, antes, não existia); reajuste de quase 150% no auxílio-refeição; promoção de carreira de 51 agentes; e anúncio do concurso público para 2016, com 150 vagas iniciais.


Durante a rebelião, quatro presos da Casa de Custódia deram entrada no HUT, um deles em estado grave devido a um ferimento na cabeça. Há informações de mais feridos, que teriam sido atendidos dentro da própria unidade prisional. Em Parnaíba, cinco presos ficaram feridos e foram atendidos pela ambulância do Samu, dentro da Penitenciária Mista.

Fora dos presídios, os familiares fazem manifestação. Em Teresina, eles até derrubaram os portões da Casa de Albergados, que fica ao lado da Casa de Custódia. Os familiares também depredaram um ônibus. A Tropa de Choque chegou a ser acionada para conter os manifestantes.

A maioria das pessoas são mães, esposas ou irmãs dos detentos. Elas querem notícias sobre a situação dentro do presídio e se preocupam, principalmente, por terem ouvidos disparos e pela intensa movimentação de ambulâncias e de viaturas da Polícia Militar. As mulheres também exigem a identificação dos presos que estão feridos.

Mais sobre: