Portal O Dia - Notícias do Piauí, Teresina, Brasil e mundo

WhatsApp Facebook Twitter Telegram Messenger LinkedIn E-mail Gmail

Policiais militares alteraram cena do crime para forjar conflito com vítimas

De acordo com o delegado Baretta, os policiais teriam coletado estojos de munição da cena do crime e apresentado uma viatura atingida por um disparo antigo, para forjar um conflito.

28/12/2017 18:23

Os dois policiais militares presos por suspeita de envolvimento na morte da menina Émile Caetano, de 9 anos, teriam tentado alterar a cena do crime com a intenção de atrapalhar o trabalho de investigação da Polícia Civil. A informação é do coordenador da Delegacia de Homicídios, o delegado Francisco Costa Baretta. 

De acordo com o delegado, os policiais Aldo Luís Barbosa Dornel e Francisco Venício Alves teriam coletado estojos de munição da cena do crime e apresentado uma viatura atingida por um disparo antigo, para forjar um conflito entre os PMs e as vítimas. “Eles arrecadaram os estojos, mas o perito criminal ainda pegou alguns, e tentaram apresentar uma viatura com disparo antigo, para dar a entender que alguém tinha atirado contra eles”, diz o delegado Baretta.

Policiais militares faziam parte do 5º Batalhão da Polícia Militar. (Foto: Jailson Soares/O Dia)

Por conta disso, a Polícia Civil representou pela prisão preventiva dos dois policiais militares pelos crimes de homicídio doloso e fraude processual. Pedido que foi acatado pelo juiz plantonista da Central de Inquéritos, José Olindo Gil Barbosa, que decretou, nesta quarta-feira (27), a prisão preventiva dos dois policiais militares suspeitos de envolvimento na morte de Émile Caetano. Para o magistrado, Aldo Luís Barbosa Dornel e Francisco Venício Alves podem causar risco à ordem pública, caso sejam postos em liberdade.

Para fundamentar a sua decisão, o juiz José Olindo lembra que o soldado Aldo Luís Barbosa Dornel responde a um processo criminal anterior por lesão corporal grave, crime ocorrido em julho de 2016. No documento, o juiz destaca que o registro de atos infracionais anteriores demonstra “a propensão para práticas delitivas e torna inadequada e insuficiente a aplicação de medidas cautelares diversas da prisão”.

Segundo o delegado Baretta,  os policiais militares foram autuados pela PM por lesão corporal grave seguida de morte e disparo em via pública, e ainda não foram apresentados à Polícia Civil para prestar esclarecimentos sobre os crimes supostamente cometidos. Por conta disso, a Delegacia de Homicídio fará um novo ofício solicitando ao comandante geral da PM/PI a apresentação dos suspeitos.

O inquérito policial do caso deverá ser concluído em 10 dias.

Leia mais:

Juiz revogou permanência em concurso de PM envolvido na morte de menina 

"Morreu com fome", diz mãe de menina morta por policiais militares 

PMs são presos após matarem criança de 9 anos em abordagem equivocada 

OAB diz que abordagem policial que resultou em morte de menina foi 'desastrosa' 

PM suspeito de matar menina de 9 anos reprovou no teste psicológico 

Por: Nathalia Amaral
Mais sobre: