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Um mês depois de tragédia, piauiense segue desaparecido em Brumadinho

Ao todo, 130 pessoas seguem sem contato, segundo lista oficial da Vale. Número de mortos chega a 176.

25/02/2019 09:27

Nesta segunda-feira (25) completa um mês do rompimento da Barragem 1 da Vale, em Brumadinho, e as buscas seguem no sentido de localizar o restante dos desaparecidos. No total, 130 pessoas continuam sem contato e, dentre elas, ainda está o piauiense Edson Rodrigues dos Santos. Natural de Guadalupe, ele estava nos quadros da Vale há três meses e, no momento da tragédia, trabalhava na montagem de tubulações.


Edson Rodrigues dos Santos continua desaparecido após rompimento da barragem em Brumadinho - Foto: Reprodução/Arquivo Pessoal

Edson é natural de Guadalupe, a 336 Km de Teresina, onde seus pais e seus três irmãos residem. A família do piauiense contou que o último contato que fez com ele foi cerca de uma hora antes do rompimento. Desde então, o aparelho celular de Edson encontra-se desligado e sem sinal.


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No último dia 04, o nome de Edson Rodrigues entrou para a lista de doações da Vale, ou seja, sua família deverá receber uma indenização em torno de R$ 100 mil. O valor é pago pela mineradora em caso de fatalidades e desaparecimento.  O Portal O Dia tentou contato com o irmão do piauiense, mas as ligações não foram atendidas.

Ainda na semana passada, a Vale informou ao Ministério Público do Trabalho que vai manter o pagamento de dois terços dos salários de todos os empregados próprios e terceirizados que morreram na tragédia. Este pagamento será mantido por um ano ou até que seja fechado um acordo de indenização.

Na lista oficial da mineradora consta um total de 176 mortos e a estimativa do Corpo de Bombeiros de Minas Gerais é que os trabalhos de resgate deverão se estender por pelo menos quatro meses.


Foto: Adriano Machado/Reuters/Agência Brasil/Direitos reservados

O rompimento

Era por volta de 12h28min quando a barragem 1, operada pela Vale em Brumadinho, se rompeu, derramando um mar de lama que tomou de conta de estradas, rios e do povoado, além de boa parte das instalações da mineradora. No rompimento, foram liberados rejeitos da produção de minério de ferro que atingiram inclusive o Rio Paraopeba. Na semana passada, o governo de Minas proibiu o consumo de água, devido ao risco de contaminação.

No último dia 18, a Agência Nacional de Mineração e o Ministério das Minas e Energia determinaram a extinção ou descaracterização das cerca de mil barragens chamadas “a montante”, como a que se rompeu em Brumadinho. A medida é de precaução contra acidentes e deve começar a ser posta em prática ainda este ano, prosseguindo até 2021. 

Por: Maria Clara Estrêla
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