Nesta terça-feira (06), a Polícia Civil prendeu pelo menos oito pessoas em Teresina acusadas de crimes diversos como tráfico de drogas, homicídio e roubos dentro de investigações da Operação Aesta. Ação semelhante foi deflagrada também em agosto e setembro, quando foram a polícia executou as Operações Fênix I e Fênix II. O objetivo geralmente é o mesmo: dar cumprimento a mandados de prisão em aberto expedidos pela Justiça do Piauí.

E mesmo com todas estas ações, a quantidade de ordens judiciais de prisão ainda pendentes de cumprimento é grande no Estado. Há aproximadamente 5 mil mandados de prisão em aberto no Piauí esperando para serem executados, segundo os dados fornecidos pelo delegado Willame Morais, coordenador da Divisão de Capturas da Polícia Civil. (DICAP). Em sua maioria, os alvos são reincidentes, ou seja, já tinham passagens anteriores pelo sistema prisional e fugiram ou foram postos em liberdade condicional, mas acabaram recaindo no mundo do crime.

^{Foto: Assis Fernandes/O Dia}

O número é quase duas vezes mais a capacidade do sistema prisional piauiense, segundo o que aponta o sistema Geopresídios, do Conselho Nacional de Justiça. A plataforma traz uma radiografia do sistema prisional com relatórios mensais do Cadastro Nacional de Inspeções nos Estabelecimentos Penais (CNIEP). De acordo com o sistema, o Piauí possui 2.521 vagas no sistema prisional distribuídas em 20 unidades. 

“Se fôssemos cumprir todos os mandados hoje, o nosso sistema penitenciário não teria condição de receber esses presos e nós temos ciência disso e entendemos a situação. Tanto é que organizamos essas operações periodicamente para manter uma permanência nas ações não causar qualquer tipo de transtorno para a SEJUS [Secretaria de Justiça do Piauí]. Nunca tivemos problemas, porque mantemos sempre esse diálogo para saber qual o melhor momento de cumprir mandados garantindo que o sistema prisional terá como receber todos os alvos”, explica o delegado Willame Morais.

^{Delegado Willame Morais, coordenador da DICAP - Foto: Arquivo O Dia}

De acordo com a Sejus, o Piauí possui atualmente mais de 4 mil presos inseridos no sistema prisional. Esse número mais que dobraria se todos os alvos de mandados em aberto no Estado fossem localizados e detidos de uma única vez. Vale lembrar, no entanto, que esses 5 mil mandados em aberto incluem também alvos de outros estados que usam o Piauí como rota de fuga e que, se forem presos aqui, podem ser transferidos para outras unidades federativas.

“Nós fazemos aproximadamente duas operações por mês justamente para planejar direitinho para onde esse preso e, principalmente, saber com certeza que tem espaço para que ele dê início ao cumprimento de sua pena. Só prendemos quando sabemos que a ordem de prisão vai ser plenamente executada”, finaliza o delegado Willame.

Por: Maria Clara Estrêla