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Pequenos atritos começam a abalar relação de Dr. Pessoa com vereadores

A grave crise no sistema de transporte coletivo, as amargas medidas de controle da pandemia e o possível colapso no sistema de saúde são pautas que podem mexer com o ambiente político da cidade.

24/02/2021 15:50

O clima de harmonia política entre o prefeito de Teresina, Dr. Pessoa (MDB), e os vereadores da Capital passa por seu primeiro teste. Se no início do mês o clima era totalmente de afagos, praticamente sem bancada de oposição, é certo que hoje, há um bom grupo que gosta de ser chamado de independente, e outro, ainda maior, que deve ser considerado como uma base aliada insatisfeita. E é exatamente este último que pode gerar problemas para o prefeito.

O primeiro motivo para insatisfação ocorreu exatamente no dia que era pra ser comemorado por todos. Após rumores de que a reforma administrativa não entraria em pauta no parlamento, o prefeito Dr. Pessoa foi à Câmara demonstrar boa vontade e respeito aos vereadores, mas a visita foi vista por alguns como afronta. Além disso, no mesmo dia, Dr. Pessoa proferiu uma frase que repercutiu negativamente entre os aliados de primeira hora: ele disse que vai tratar todos vereadores de forma igual. Aqueles que estão com ele há muito tempo e o acompanharam no sol quente atrás de votos viram a fala como uma traição, afinal de contas, tem aliado que só chegou na hora da divisão de cargos.

O segundo episódio que contribuiu para este estranhamento entre executivo e legislativo vem do vice-prefeito, Robert Rios, que na semana passada, falou aos quatro cantos que a ex-gestão cometeu irregularidades na contratação de trabalhadores terceirizados. Rios foi além e chegou a mostrar que alguns vereadores tinham dezenas de indicados para os cargos. Segundo ele, tudo indicação política e muitos dos trabalhadores não cumpriam suas funções. Parlamentares viram no comportamento de Robert uma afronta e um desrespeito. Ensaiaram até uma nota de repúdio, mas o líder do executivo na Câmara, Renato Berger, conseguiu acalmar os ânimos, aparentemente.

Nesta quarta-feira (24), foi a vez do filho do prefeito, Pessoinha, contribuir para aumentar a tensão. Ele indicou o nome do advogado Marcio Alan Cavalcante para comandar a Agência Municipal de Regulação de Serviços Públicos (Arsete), e foi pessoalmente acompanhar a sabatina. No entanto, parlamentares não gostaram da presença pois entenderam como uma forma de pressão. Assim, não houve quórum para apreciação do nome de Cavalcante.

Parlamentares também reclamam de demora na nomeação de cargos e de uma possível falta de traquejo político da Secretaria de Governo. 

É bom lembrar que a agenda política atual não contribui para um cenário de tranquilidade no meio político. A grave crise no sistema de transporte coletivo, as amargas medidas de controle da pandemia e o possível colapso no sistema de saúde são pautas que podem mexer com o ambiente político da cidade, aumentando a pressão sobre a classe política. 

Parlamentares conversam no Plenário da Câmara nesta quarta-feira (Foto: Assis Fernandes/O DIA)

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