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Zona Sudeste de Teresina fica sem ônibus por tempo indeterminado

Motoristas e cobradores do Consórcio Therezina, que faz linha na região do Itararé e parte da zona Sul, reclamam de não cumprimento de acordo.

19/03/2021 08:12

Os moradores da zona Sudeste e de parte da zona Sul de Teresina terão problemas para circular pela cidade a partir de hoje (19). É que os motoristas e cobradores de ônibus do Consórcio Therezina, que atende àquela região, deflagraram greve por tempo indeterminado após descumprimento do acordo firmado com o Setut diante do Tribunal Regional do Trabalho (TRT).


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De acordo com os trabalhadores, as empresas que operam no Consórcio Therezina não pagaram o salário atrasado de seus funcionários que deveria ter sido depositados nas contas até ontem (18). Quem dá mais detalhes é o secretário da presidência do Sintetro (Sindicato dos Trabalhadores das Empresas de Transporte Urbano de Teresina), Francisco Sousa.


Motoristas e cobradores de ônibus estão de braços cruzados nas portas da garagem do Consórcio Therezina - Foto: Tony Silva/O Dia

“As outras empresas pagaram seus funcionários a tempo. Só teve uma, a Transcol, que atrasou, mas justificou esse atraso e já confirmou que deposita hoje o salário nas contas dos trabalhadores. Já o Consórcio Therezina não pagou até ontem e ainda não explicou o porquê nem deu qualquer sinalização de quando vai pagar. Até agora as empresas não se manifestaram para negociação. Por isso a gente parou”, explica o representante dos motoristas e cobradores de ônibus.


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Pelo menos 40 ônibus atendem a região do Consórcio Therezina, que tem linhas nos bairros do Parque Itararé, Grande Dirceu, Redenção, Jardim Europa, Novo Milênio, Pedro Balzi e que também circula por linhas no bairro Lourival Parente, na zona Sul. Ao todo, são de seis a oito linhas operadas pelas empresas do Consórcio Therezina e que ficarão sem ônibus nos próximos ias até que a classe patronal pague os salários ou sinalize uma negociação. É isso o que diz o Sintetro.

Participando da paralisação na porta da garagem das empresas do Consórcio Therezina, o motorista Antônio Cardoso disse que a categoria espera agora uma resposta da justiça, porque os trabalhadores cumpriram o que o TRT determinou em acordo, mas o Setut não. O profissional afirma que quando os motoristas e cobradores de ônibus param, não é por má vontade em atender a população, mas sim porque têm seus direitos trabalhistas violados.


“A gente voltou a trabalhar sem nenhum centavo recebido e eles não conversam com a gente. Então vocês veem que não é má intenção nossa em não trabalhar. Infelizmente é essa a nossa situação. Todos nós passamos necessidade, tem um custo pra gente vir trabalhar e mais uma vez a gente pede desculpas para a população. Queremos mostrar que a culpa não é nossa. A gente está disponível para trabalhar todos os das, todas as horas desde que o dinheiro esteja na nossa conta”, diz Antônio.

Pelo menos 90% dos ônibus que compõem o consórcio Therezina estão parados no dia de hoje e o que sai das garagens é somente a cota mínima prevista em lei para paralisação de serviços essenciais. 

Procurado, o Setut esclareceu que a Prefeitura de Teresina garantiu ao presidente da entidade que faria o repasse da primeira parcela do acordo firmado até quarta-feira, dia 17. Contudo, isso não foi possível devido à necessidade de assinatura do Sintetro numa minuta de acordo, com cláusula de compromisso de não haver greve.

Segundo o Setut, o Sindicato dos Trabalhadores só foi contatado na quarta a tarde e pediu para que pudesse responder ao Município de Teresina, até a quinta-feira (18) e o pagamento então seria realizado nessa sexta-feira (19).

O Setut informa informa que segue aguardando o repasse de recursos ainda hoje pela manhã, para que seja feito o pagamento salarial dos trabalhadores. E que essas informações foram repassadas ao sindicato dos motoristas. O SETUT lamenta o atual cenário de impasses com os trabalhadores e os transtornos causados à população teresinense.

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