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PMT disse que ônibus voltam na segunda, mas reunião com trabalhadores só acontece na terça

Setut se reunirá com motoristas e cobradores para discutir os termos da convenção coletiva. Sintetro lembra que será preciso recontratar quem foi demitido e fazer manutenção prévia nos veículos.

08/10/2021 12:38

O retorno definitivo do transporte público de Teresina está dependendo agora de um acordo entre os empresários e os trabalhadores do setor. O acordo firmado entre a Prefeitura e a classe patronal prevê o retorno dos ônibus em sua integralidade já na segunda-feira (11). No entanto, a reunião dos empresários com os trabalhadores acontecerá somente na próxima terça-feira (11). Na ocasião, Setut e Sintetro vão discutir sobre a convenção coletiva da categoria, que pede o fim do pagamento em diárias e a manutenção do piso salarial e de benefícios como tíquete alimentação e plano de saúde.

Além disso, será apresentada no encontro a ordem de serviço da Strans às empresas que discrimina a quantidade de ônibus que devem retornar para as ruas e como essa logística será implantada. Mas antes que os coletivos voltem a circular normalmente pela cidade, outros pontos também terão que ser considerados: a manutenção dos veículos que ficaram um ano e nove meses parados nas garagens e a contratação de mais profissionais para que a demanda seja atendida.

É que, segundo informou o Sintetro, durante a pandemia cerca de 70% dos trabalhadores do setor de transporte público de Teresina foram demitidos. Antes da crise sanitária, o segmento contava com aproximadamente 1.600 profissionais divididos entre motoristas, cobradores, fiscais e manutenção. Hoje, este número não chega nem a 500. É o que diz o presidente do Sintetro, Ajuri Dias.


Foto: Assis Fernandes/O Dia

“Os empresários aproveitaram a situação para enxugar a folha de pagamento com as demissões. Então a meu ver não tem nenhum impedimento hoje para que o Setut não feche um acordo com os trabalhadores, porque houve uma redução drástica com o gasto de pessoal e eles já receberam da Prefeitura o referente aos subsídios pendentes de 2020. O que deve ser tratado agora é como que esse retorno dos ônibus será feito e a contratação de pessoal, provavelmente chamarem de volta quem foi desligado das empresas. Mas isso, claro, vai depender do que diz a ordem de serviço da Prefeitura”, explica.

Um dos fatores que mais preocupa, segundo Ajuri, é a manutenção dos ônibus. Ele comenta que os veículos precisarão passar por uma revisão completa antes de serem colocados nas ruas novamente, sobretudo aqueles que não saíram mais das garagens desde que o transporte parou no início da pandemia, o que representa aproximadamente metade da frota da cidade.

“Esses veículos foram projetados para não ficarem parados, e sim para rodarem todo dia. Tem carro que se o pneu ficar de 20 a 40 dias sem rodar, quando bota na rua, desgasta fácil e pode acabar estourando. Vamos acreditar que o sistema ainda tenha ônibus suficiente para retornar, mas isso vai depender sempre da ordem de serviço que a Strans enviar. Eu acredito que algumas empresas vão ter dificuldade em relação aos ônibus, mas temos que esperar para ver”, diz Ajuri.


Foto: Assis Fernandes/O Dia

Questionado sobre o que será feito caso os trabalhadores e os empresários não cheguem a um acordo quanto à convenção coletiva da categoria, o presidente do Sintetro foi taxativo: não haverá retorno do transporte sem acordo. Ele explica que o que os trabalhadores estão pedindo é a assinatura da convenção de 2019 que prevê salário de R$ 2.029 para motoristas e de R$ 1.888 para cobradores. Se os empresários não aceitarem a proposta, afirma Ajuri, o retorno dos ônibus na capital ficará inviável.

“Esperamos que a gente avance, que o Setut tenha a compreensão de que já são quase dois anos nessa situação e que tenhamos profissionais suficientes para que possamos retornar com o acordo de convenção coletiva, porque ele é a garantia do nosso salário e dos nosso benefícios. Esses dois anos que passaram foram uma experiência totalmente negativa e triste para a categoria e hoje estamos dispostos a fazer o que for preciso para resgatar a convenção, porque não suportamos mais viver dessa forma”, finaliza Ajuri.

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