O Conselho Regional de Medicina
do Piauí (CRM) aprovou o indicativo de interdição ética da Maternidade Dona
Evangelina Rosa. A decisão foi tomada em assembleia realizada na noite
de ontem (18) na sede do Conselho, com a presença de representantes do
Ministério Público Estadual, do Conselho Regional de Enfermagem e da Secretaria
de Estado da Saúde (Sesapi). Segundo o MP, a medida se fez necessária após
casos seguidos de mortes de mulheres por infecção hospitalar registrados na
unidade.
De acordo com a promotora Karla Carvalho, três mulheres vieram a óbito na Maternidade Evangelina Rosa neste mês de junho em decorrência de infecção em ferimentos pós-operatórios, e outras oito encontram-se internadas com quadro semelhante. “Três estão na UTI e cinco em enfermarias com inflamação em ferimentos cirúrgicos. Isso está relacionado à falta de material de higiene para desinfecção das salas de cirurgia e da pele das pacientes, sem contar a falta de estrutura para os exames laboratoriais e a deficiência de medicamentos e insumos”, pontuou a promotora.
Foto: Arquivo O Dia
Na semana passada, o CRM já havia denunciado que o piso de um dos centros cirúrgicos da maternidade estava ameaçando ceder e que faltava condições básicas de trabalho dos profissionais e de atendimentos aos pacientes.
O indicativo de interdição médica na MDER durará 30 dias, tempo este em que a Sesapi deverá apresentar um plano de ações para resolver os problemas de infraestrutura do local. No dia 18 de julho, o CRM voltará a fazer vistoria para reavaliar as condições de funcionamento da maternidade e, dependendo da situação encontrada, o local poderá ser interditado definitivamente.
O outro lado
Presente da reunião, a Sesapi informou que vai apresentar um plano operativo apontando as principais deficiências e as melhorias feitas na Maternidade Dona Evangelina Rosa, para que ele seja levado à plenária do CRM, a ser realizada no dia 23 de julho.
Por: Maria Clara Estrêla