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'Faltou entretenimento na espera dos ônibus', diz empresário sobre falha da integração

Nesta manhã, a CPI do Transporte Público ouviu os empresários responsáveis pelas empresas Piauiense e Emtracol.

25/05/2021 11:14

A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Transporte Público de Teresina ouviu nesta manhã (25) os empresários responsáveis pela empresa Piauiense, que opera na zona Norte de Teresina junto ao Consórcio Poty; e pela empresa Emtracol, que opera na zona Sudeste dentro do Consórcio Teresina. 


Leia também: Mais três empresas deixam de rodar em Teresina por falta de combustível 


O empresário Alberlan Euclides Sousa foi o representante da Viação Piauiense que falou na CPI. A Piauiense compõe o consórcio Poty junto com mais quatro empresas e foi uma das que interrompeu a circulação de seus ônibus no início do mês em Teresina alegando falta de combustível. 

Questionado pelos vereadores sobre o motivo de o sistema de transporte de Teresina não atender a contento a população e sobre o porquê a integração na capital apresentava tantas falhas, o empresário Alberlan Viana respondeu que o faltou foi entretenimento para os passageiros durante a espera pelos ônibus nos terminais. No entendimento dele, se houvesse algo que distraísse os usuários enquanto aguardavam para fazer a integração, o tempo de espera seria menor, porque não seria sentido.


Foto: Assis Fernandes/O Dia

“A forma como a integração foi aplicada é moderna. Se olharmos em várias outras cidades brasileiras, vemos que os terminais de integração parecem um shopping camelô. As pessoas nessas cidades se programam para ir para o trabalho e aproveitar o tempo no terminal para fazer suas compras, as pessoas se habituaram a isso. Faltou entretenimento para as pessoas para o tempo que ela esperava pelo próximo ônibus”, disse Alberlan.


O empresário Alberlan Viana falou hoje na CPI do Transporte Coletivo - Foto: Elias Fontinele/O Dia

Para o dono da Viação Piauiense, o maior gargalo do transporte público de Teresina ainda é a dívida que a Prefeitura tem com o SETUT (Sindicato dos Empresários), que acumula cifras milionárias e cobriria as gratuidades e meia-passagens concedidas a determinados segmentos nas catracas dos ônibus. 


Foto: O Dia

Esse subsídio deve ser repassado mensalmente pelo poder público às empresas, no entanto não é que vem acontecendo nos últimos anos em Teresina, segundo afirmam os empresários. Falando pela Viação Piauiense somente, Alberlan Viana diz que foram firmados quatro acordo entre a Prefeitura e a empresa desde que foi fechado o contrato de licitação, ainda em 2015. A Para cada um deles, o valor era dividido e essas parcelas ainda eram pagas com atraso.

“O primeiro acordo foi de pouco mais de R$ 1,5 milhão dividido em 18 meses. O segundo, era no valor de mais de R% 3 milhões dividido em 36 meses. O terceiro foi de R$ 129.496 mil, e esse foi pago entre novembro de 2019 e fevereiro de 2020. E houve ainda um quarto e último acordo firmado já em meio à pandemia no valor de R$ 423.870 e que está pendente de pagamento”, detalhou Alberlan.

Esse atraso nos repasses do poder público às empresas, somado à redução no número de usuários durante a pandemia, foi o que agravou a crise do sistema de transporte e retirou a maior parte da frota das ruas. É isso o que alegam os empresários. A Viação Piauiense, por exemplo, assinou o contrato com a Prefeitura ainda em 2015 com 42 ônibus em sua frota e hoje roda com apenas 10. 


Foto: O Dia

Do mesmo jeito é a empresa Emtracol, que foi representada na CPI pelo empresário Herbert Miúra. Ele informou que sua empresa começou a operar pela licitação em Teresina com 47 carros e hoje circula com apenas 10. “A pandemia tirou praticamente tirou o faturamento da empresa. No início do contrato nós faturávamos até 80% com o serviço e após a crise, esse faturamento caiu para 20%. Tínhamos que botar os carros para rodar sem passageiros. A prefeitura nos obrigou a isso e não pagou. Negociou a dívida em 14 vezes e pagou só duas”, explicou Herbert.

Pelas contas dos empresários, o custo de colocar um ônibus nas ruas é de aproximadamente R$ 37 mil, sendo que no mês o faturamento das empresas têm arrecadado cerca que R$ 10 mil. Apesar dos problemas, para Herbert Miúra, as empresas possuem estrutura a contento para funcionar bem e atender à população como ela merece ser atendida, mas isso, se houver o pagamento do que o poder público deve aos empresários.

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