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CPI do Transporte: empresário compara sistema com o de São Luís e sugere mudanças

Em depoimento, o dono da empresa Premium disse não vê problema em repactuar o contrato com a Prefeitura caso necessário.

01/06/2021 12:19

O empresário Claudionor Costa Silva, dono a Empresa Premium, que opera no Consórcio Poty as linhas da zona Norte de Teresina, depôs nesta terça-feira (01) na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Transporte Coletivo da capital. A empresa dele, que atua em Teresina mesmo tendo sido desclassificada da licitação, também opera em São Luís com uma frota de 100 ônibus. Em sua fala, Claudionor fez um comparativo dos sistemas de transporte de Teresina e da capital maranhense e sugeriu mudanças conforme o que se faz no estado vizinho.

O primeiro ponto mencionado pelo empresário diz respeito aos custos operacionais do sistema que, segundo ele, são mais altos em Teresina e fazem com que a passagem suba. Com a passagem mais cara, a demanda tende a diminuir, sobretudo com a chegada de formas alternativas de transporte. O que falta, de acordo com Claudionor, é um envolvimento de todos os setores no sistema de transporte para barateá-lo.


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“O município, por si só, não tem condição de fazer tudo. Quando se fala da participação do estado, por exemplo, temos a isenção do ICMS sobre o óleo diesel e isso impacta de forma muito positiva, porque o óleo é o segundo maior custo operacional do sistema. Um outro fator: em São Luís, praticamente 60% das linhas operam sem cobrador. São linhas em que se sabe que a maioria dos passageiros passa com bilhetagem eletrônica, porque existe esse mapeamento”, discorreu o empresário.


Foto: O Dia

Claudionor lembra que a passagem de ônibus em São Luís é 10 centavos mais barata que em Teresina e que a tarifa inteira, sozinha, arca com a meia-passagem dos estudantes e as gratuidades, porque há um maior controle do poder público sobre isso. “Lá a meia passagem é meia mesmo. Aqui em Teresina, o estudante paga um terço da inteira e a Prefeitura entra com o restante no subsídio”, explicou Claudionor.

A empresa Premium opera na zona Norte de Teresina com uma frota de sete ônibus, sendo eu três deles estão circulando neste momento de pandemia. À CPI, o dono da empresa informou os pagamentos de seus funcionários estão em dia, assim como a documentação dos veículos. Desde quando começou a operar oficialmente em Teresina, em novembro de 2019, a Premium já firmou três acordos de pagamento de subsídios com a Prefeitura Municipal: um em novembro de 2019, no valor de R$ 467.687; um segundo acordo na monta de R$ 25.892 e um terceiro no valor de R$ 80.616.


Foto: O Dia

Esses valores, segundo explicou Claudionor, foram pagos pela Prefeitura ao SETUT, que fez os repasses à empresa conforme o cálculo de participação dela dentro do consórcio. A Premium responde por 7,69% de participação no consórcio Poty e sua participação em todo o sistema de transporte de Teresina chega a poucos mais de 1%.

No entendimento do empresário Claudionor Costa, é possível o sistema de Teresina voltar a operar a contento caso a Prefeitura pague os subsídios que deve e faça os repasses efetivamente todo mês. “Se algum colega falou que não resolve, teve algum equívoco. Se houver o pagamento do atrasado e o repasse efetivo mensal, não vejo porque não dar certo. Existem boas práticas já desenvolvidas m outras cidades que barateiam o custo do sistema e esse é o maior desafio”, finalizou Claudionor.

O que o empresário propôs foram duas repactuações entre o poder público e as empresas operadoras do transporte coletivo em Teresina: uma no atual momento de pandemia, para atender às especificidades da situação; e uma nova depois que o cenário pandêmico acabar, considerando as mudanças no perfil do usuário do transporte na capital e também o fato de eu outras formas de transporte se instalaram na cidade.

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