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Covid: com todos os leitos de UTI ocupados, HU pode deixar de fazer cirurgias eletivas

O hospital espera ampliar a capacidade de leitos para receber pacientes com covid-19.

17/02/2021 11:46

Após dias com todos os 20 leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) disponíveis para tratamento exclusivo da covid-19 ocupados, o Hospital Universitário da Universidade Federal do Piauí (HU/UFPI) espera ampliar a capacidade de atendimento. Para isso, o HU poderá deixar de realizar cirurgias eletivas e consultas ambulatoriais. É o que explica o chefe da Divisão Médica, Marx Barros Araújo, em entrevista ao O Dia News.


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De acordo com o médico, além dos 20 leitos de UTI, o hospital conta ainda com 10 leitos de enfermaria, que estão vagos. No entanto, o atendimento para pacientes em estado grave da doença está limitado por causa da superlotação. Marx Barros Araújo explica que, para resolver o problema, é necessário investir não apenas na ampliação do espaço físico, mas também em recursos humanos, com o aumento da equipe de enfermagem, medicina e fisioterapia.

Foto: Arquivo O Dia

“O HU tem se preparado para ampliar essa capacidade. Só que o hospital hoje é gerido, de certa forma, através de um acordo com a FMS [Fundação Municipal de Saúde], onde temos que cumprir algumas metas de atendimento ambulatoriais e de cirurgia. Para ampliar a capacidade de atendimento a pacientes covid, não vamos poder ser cobrados de cumprir determinadas metas, porque vamos ter que utilizar esses recursos humanos para atender esse paciente covid”, explica.

Segundo ele, esse modelo de enfrentamento à pandemia já foi feito no ano passado, quando o hospital teve até 60 leitos disponíveis para cuidados especiais de pacientes diagnosticados com covid-19, sendo 30 leitos de UTI e 30 leitos de enfermaria.

O médico explica ainda que a ampliação do atendimento é necessária, uma vez que o hospital precisa estar preparado para caso haja um aumento na demanda por internações, que é esperado caso a previsão do aumento do número de casos de covid-19 no Piauí se concretize.

Foto: Arquivo O Dia

“Para isso, pode ser necessário a interrupção das cirurgias eletivas e consultas ambulatoriais, porque em determinadas situações, a covid na sua forma urgente não espera, diferente de uma consulta ambulatorial e de uma cirurgia eletiva”, destaca.

Devido à crescente demanda, o Hospital Universitário interrompeu a admissão de pacientes do Amazonas. Dos 23 pacientes internados na unidade hospitalar desde o início da crise sanitária causada pelo agravamento da pandemia do novo coronavírus no estado amazonense, apenas cinco continuam recebendo cuidados médicos no HU.

“Não temos perspectiva de receber novos pacientes. Temos que cuidar da nossa população. Dos pacientes que recebemos de Manaus, 18 já receberam alta e retornaram para suas famílias e cinco continuam internados na unidade hospitalar. Desses cinco, dois estão em condições clínicas favoráveis e podem receber alta em breve, e três que ainda requerem cuidados mais excessivos”.

Na linha de frente do combate à covid-19, o médico alerta a população para os cuidados que devem ser tomados para evitar a contaminação pelo vírus e, consequentemente, diminuir a demanda por atendimento médico.

“O que a gente tem visto é que a população fica mais cansada de ficar em casa, cansada de usar máscara, mas a gente tem que reforçar, continuem evitando aglomerações, usando álcool em gel e lavando as mãos com água e sabão. Mesmo que a vacina chegue, e tem chegado em poucas quantidades, esses cuidados não podem ser abandonados, porque o número de casos tem aumentado e certamente aqui no nosso estado isso também vai acontecer”, finaliza.

Edição: Com informações de Lívio Galeno.
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