A abordagem policial em um evento realizado pelo Serviço Social do Comércio do Piauí (Sesc-PI) na Casa do Hip Hop gerou polêmica e é objeto de críticas da organização do espaço. Em nota de repúdio divulgada na tarde deste sábado (11), a Casa do Hip Hop se pronunciou sobre o que classifica como “abordagem abusiva” e afirma sofrer perseguição policial e política.
Imagem do momento da abordagem (Foto: Reprodução)
“Essa não é a primeira vez que o espaço é invadido por policiais com acusações infundadas. Em outros momentos professores tiveram suas aulas interrompidas para policiais realizarem uma revista neles, em seus alunos e no espaço, demonstrando total falta de respeito ao trabalho realizado no local. Estamos sofrendo uma explícita perseguição política e policial movida por interesses particulares”, afirma a Casa em um trecho da nota.
Na nota, a Casa do Hip Hop afirma ainda que essas ações tem motivação racista e pede proteção a equipe que atua no local.
“Essa articulação está carregada também de preconceito, racismo, discriminação, abuso de poder e isso tudo se dá porque acreditamos na potência do corpo periférico. Precisamos de proteção, estamos nos sentindo ameaçados e impedidos de trabalhar”, complementa a nota.
Contraponto
Por meio de nota, a Diretoria de Comunicação Social da Polícia Militar do Piauí informou que a abordagem ocorreu em atendimento a uma solicitação da Associação dos Moradores do Parque Piauí e da Fundação "Populus Rationabilis" (Programa Social Força Mirim). Segundo a PM, as abordagens ocorreram dentro das normas legais.
Veja a nota na íntegra:
A Diretoria de Comunicação Social da Polícia Militar do Piauí informa que, o Comandante do 6° Batalhão Policial Militar recebeu dois ofícios um da Associação dos Moradores do Parque Piauí e o outro da Fundação "Populus Rationabilis" (Programa Social Força Mirim), ambos os ofícios solicitando providências da Polícia Militar, alegando que naquele espaço cultural estava acontecendo, frequentemente, a prática do uso de entorpecentes e festas regadas a bebidas alcoólicas para menores. Em atendimento ao pleito foram empenhadas duas Viaturas, a fim de fazerem a averiguação da denúncia, ao chegarem no referido baile de hip-hop, as guarnições depararam-se com a realização de um evento em local com baixa luminosidade, inadequado para uma diversão, e propício para a prática de uso de entorpecentes e outros delitos.
Desta forma, as abordagens foram realizadas pelas guarnições, dentro das normas legais, resguardando os direitos dos cidadãos e de todos os presentes no local.
Caso alguém tenha se sentido prejudicado procurar a Corregedoria da PMPI para fazer o Boletim de Ocorrência. Seguem as fotos da abordagem.
Teresina, 09 de agosto de 2018.
Elza Rodrigues Ferreira - Diretora de Comunicação Social da PMPI
Por: Ananda Oliveira