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Plano prevê o empréstimo de viaturas e homens durante operações policiais

Segundo o planejamento de ação integrada apresentada pelo Piauí, o Estado poderá contar com até 40 viaturas extras quando precisar cumprir mandados judiciais.

06/03/2018 10:22

Os nove governadores dos Estados do Nordeste estão reunidos na manhã de hoje (06) em Teresina para discutir as propostas de ações integradas contra o crime organizado e para a segurança pública. A metodologia de ações apresentada pelo Piauí prevê a cooperação, entre os estados, com viaturas e pessoal, podendo, a SSP-PI, contar com homens e com o aparato das Forças de Segurança de outras unidades federativas quando deflagrar operações policiais.

“Nós temos o Conselho de Segurança do Nordeste e é através dele que estamos trabalhando essas políticas que sejam comuns, inclusive disponibilizando nossa estrutura para qualquer outro estado que precisar. A intenção é socializar as informações que temos sobre as fações criminosas e o crime organizado”, explicou o secretário de segurança, Fábio Abreu.

Além do compartilhamento de um banco de dados, o plano apresentado pelo Piauí no encontro prevê ainda que o Estado conte com o aparato material e humano das forças de segurança de outros estados nordestinos, quando deflagrar operações, por exemplo. O Piauí colaboraria com as outras unidades federativas, enviando cinco viaturas da Polícia Militar e duas da Polícia Civil com dois delegados, e em contrapartida, o Piauí contará com o mesmo efetivo vindo dos outros estados caso seja necessário.


Governadores estão reunidos para tratar de pacto para a segurança

“Cada estado poderá contar com mais 40 viaturas extras além das que estão em serviço rotineiro. Para os estados com maior porte geográfico, esse número pode ainda não ser o suficiente, mas para aqueles de menor território, é uma ajuda importante. Isso vai auxiliar nas operações que visam, principalmente, o cumprimento de mandados”, finalizou o secretário.

Fábio Abreu teceu críticas à proposta do Governo Federal, de criar um Fundo Nacional de Segurança de Pública, que os Estados poderiam acionar em caso de necessidade de ajuda de financeira para ações de combate ao crime. Para o secretário piauiense, o Fundo se configura mais como uma tentativa de Governo Federal de aumentar a sua arrecadação, por meio de empréstimos às unidades federativas.

"O financiamento não é uma alternativa que a gente opta por ser a primeira, em função justamente de os Estados estarem se endividando para poder pagar pela segurança. Se observarmos os estados e instituições, eles se integram bastante e nós pretendemos usar esta estrutura integrada a nosso favor", resumiu.

No discurso de abertura da reunião, o governador Wellington Dias (PT) reforçou a necessidade de se discutir a criação de um fundo nacional que, somado aos recursos do Tesouro Estadual e da União, possa ser destinado às ações da segurança pública.

Quem também teceu críticas às propostas apresentadas pelo Governo Federal foi o governador da Paraíba, Ricardo Coutinho. O gestor acredita que a criação de um Fundo Nacional de Segurança não trata de uma questão básica para o combate à violência no Brasil: a apresentação de políticas públicas. Para Ricardo, o Nordeste tem sido a região que mais sofre com as consequências do crime organizado, tendo sido usado como rota de fuga de muitos membros de facções da zona Sudeste e registrando, agora, índices de homicídio mais altos que estados como Rio de Janeiro e São Paulo.

 O governador da Paraíba destacou ainda a necessidade de aumentar o policiamento nas fronteiras tanto nacionais quanto estaduais, principalmente por conta da entrada e saída de drogas, o que, segundo ele, é a base principal que sustenta a violência. Ricardo declarou ainda que o Governo Federal tem falhado na sua competência de fiscalizar as divisas do Brasil com países que são mundialmente conhecidos pela produção e de entorpecentes. “Nós queremos integrar nossas forças policiais para minimizar a circulação de material ilícito entre os Estados e acabar com esse drama que vivemos e que não será resolvido só pela polícia.”

Por: Maria Clara Estrêla, com informações de Ithyara Borges
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