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Radiologista baleado por PM está sem o movimento de um braço e das pernas

Rudson Vieira passa por cirurgia exploratória para avaliar os danos causados pela bala que o atingiu. Crime aconteceu na noite do domingo no Buenos Aires.

04/12/2019 11:49

O radiologista Rudson Vieira, que foi baleado por um PM durante uma festa no bairro Buenos Aires no último domingo (01), está sem os movimentos do braço esquerdo e das pernas devido a uma lesão na medula causada pela bala que o atingiu. Ele está internado na UTI de um hospital particular de Teresina e passa por cirurgia exploratória para avaliar os danos causados pelo projétil.


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A prima de Rudson, Ravennya Moreira, conversou com a reportagem do Portal O Dia, e deu mais detalhes do estado de saúde dele, que, segundo ela, é gravíssimo. “A bala passou raspando a medula dele, com isso, a região inchou e ele está sem o movimento de um dos braços, mexendo somente o direito. A bala desceu e quebrou uma costela, o que causou também uma perfuração e sangramento no pulmão. Ele está usando um dreno”, explica Ravennya, que também é advogada da família.

Ela acompanha a tomada de depoimento de testemunhas que estavam no local do crime presenciaram todo o ocorrido. Os relatos, de acordo com Ravennya, convergem sempre para o mesmo ponto: não teria tido agressão nenhuma por parte de Rudson, conforme alegou o PM quando de sua prisão.


Foto ilustrativa - Agência Brasil

Ela conta que o militar estaria importunando e assediando uma das mulheres que estava na mesma que Rudson na festa, e que estaria, inclusive, acompanhada do primo dele. “Ele [o PM] a todo momento ficava tentando botar cerveja na mesa deles, no corpo dela, cercando ela, e o Rudson se levantou para falar com ele. Pediu uma vez para ele parar e ele não parou. Ele foi de novo, e nessa segunda vez, o PM simplesmente sacou a arma e atirou contra o pescoço do Rudson sem dar nenhuma chance de defesa, atirou mesmo à queima roupa”, relata Ravennya.

O policial militar dono da arma de onde partiu o tiro foi identificado como sendo Max Kellyson e ele é lotado no 17º Batalhão de Teresina. Ele foi preso em flagrante, mas acabou sendo solto após passar por audiência de custódia, mesmo o Ministério Público pedindo a conversão de sua prisão em preventiva.

A advogada da família da vítima disse que vai recorrer da decisão, alegando, dentre outros, que o fato de o PM ter sacado a arma e atirado contra uma pessoa dentro de um ambiente fechado e lotado demonstra que ele colocou em risco a vida de todo mundo que estava lá no momento. “Ele colocou a vida de todo mundo em risco, poderia ter causado um dano ainda maior, dano em mais pessoas inocentes, se tivesse seguido atirando”, pontua Ravennya.

A defesa acrescentou ainda que também busca providências em âmbito administrativo contra o militar, acionando, inclusive a Corregedoria da PM e a Secretaria de Segurança Pública.

Por: Maria Clara Estrêla
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