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Para tentar se livrar de prisão, tio diz que assume criança fruto de estupro

A família da menina pede que seja feito um aborto. A medida é legal em casos de estupro.

10/07/2015 11:31

Em entrevista coletiva na manhã de hoje (10), na Delegacia de Proteção a Criança e ao Adolescente, a delegada Kátia Esteves informou que o acusado de estuprar uma menina de doze anos, identificado como Edmilson Alves da Silva, de 26 anos, disse que assumiria a criança fruto do estupro. O acusado foi preso a 50 km do município de Barras, na casa de um tio.


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Edmilson transitava entre as cidades de Teresina e Barras, e ficava hospedado na casa de parentes. Na capital, ele ficava na casa mãe e de uma tia, já no interior do Piauí, ele ficava na casa de um tio. Segundo a polícia, os familiares não tinham conhecimento sobre o caso de estupro. 

"No ato da prisão, ele se apresentou desorientado e dizia que não entendia o motivo de estar sendo preso. Quando viu o mandado de prisão, onde relatava o crime cometido, ele falou que se fosse necessário assumiria a criança", disse a delegada Kátia Esteves. Para a delegada, a declaração de Edmilson soou como uma forma de se livrar da acusação. 

No entanto, a delegada Kátia frisou que quando a criança retornou a DPCA denunciando novamente o caso de abuso, no mês de junho, foi encontrado um processo com a mesma vítima registrado em outubro do ano passado. As duas denúncias tornavam legal o pedido de prisão de Edmilson, tio da menina.

Em relação ao possível relacionamento amoroso entre o acusado e a vítima, a delegada não se pronunciou. " Isso ainda está sendo analisado. A prisão não foi pedida antes pois não podemos expedir um mandado apenas com uma denúncia, tudo tem que ser analisado e as peças postas em seu devido lugar para que não alguém inocente seja preso", disse Kátia. 

Ainda de acordo com ela, na época da primeira denúncia contra Edmílson, a polícia não abriu investigação sobre o caso porque ele não apresentava o perfil de um estuprador, não tinha antecedentes criminais e demonstrou apresentar uma boa relação com a vítima.

Já a delegada Tatiane Trigueiro esclareceu que a partir do segundo depoimento, a palavra da vítima foi considerada plena. "Em casos como esse de estupro, não são necessárias testemunhas. A palavra da vítima vale totalmente, a princípio o  réu não tinha qualificações necessárias para ter um pedido de prisão preventiva, mas com duas denúncias vindas da mesma vítima com o mesmo acusado, nós tínhamos que fazer alguma coisa", disse.

Aborto

A criança de 12 anos será submetida a um aborto, conforme prevê a legislação brasileira em casos de gravidez resultante de estupro. O procedimento será realizado na maternidade Dona Evangelina Rosa e a menina tem passado os últimos dias fazendo os exames necessários para que tudo corra conforme o planejado. Por se tratar de uma medida extremamente invasiva, a delegada Kátia informou que os cuidados com a criança terão que ser redobrados.

Edição: Nayara Felizardo
Por: Maria Clara Estrêla e Paloma Vieira (Estagiária)
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