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Familiares de vítimas de feminicídio se unem em protesto por justiça

Em frente ao Quartel do Comando Geral da PM, familiares de Camila Abreu pediram que o acusado vá para um presídio comum.

08/11/2017 19:12

(Foto: Andrê Nascimento/ O Dia)

Balões brancos voltaram a ser levantados em solidariedade às vítimas de feminicídio no Piauí. Os nomes de Camilla, Iarla, Fernanda e tantas outras foram entoados por uma multidão formada por familiares e amigos diante do Quartel General da Polícia Militar, no bairro Cristo Rei, na tarde desta quarta-feira (8).

A manifestação foi criada pelos familiares e amigos de Camila Abreu, a universitária de 21 anos que foi assassinada com um tiro na cabeça  disparado pelo então namorado, o capitão da Polícia Militar Alisson Wattson,  que confessou o crime. Famílias de outras jovens que morreram de forma semelhante se uniram para protestar contra a permanência do capitão nos quadros da PM e para pedir que ele seja retirado do Presídio Militar para cumprir pena em uma penitenciária comum.

Jean Carlos de Abreu, pai de Camila (Foto: Andrê Nascimento/ O Dia)

Jean Carlos de Abreu, pai de Camila Abreu, disse estar emocionado com a presença de todos ao protesto. “Tivemos apoio de outras famílias que sofreram com o feminicídio, e que estão aqui ajudando. E que o movimento não pare nisso aqui. As famílias vítimas do feminicídio tem que se unir, junto à outros órgãos, OAB, Secretaria de Segurança, Prefeitura, para encontrar uma solução, por que está demais”, desabafa.

A jovem Iarla Lima foi assassinada em condições bastante parecidas com Camila. “Lembramos muito do que aconteceu com nossa família, no caso de Iarla”, disse Giordi Mesquita, primo de Iarla. Além dele, os pais e outros familiares compareceram à manifestação. “Iarla e Camila não foram as primeiras, mas que sejam as últimas”, declarou Giordi. A família ainda espera que o acusado de matar Iarla, o ex-tenente Silva Neto, vá para um presídio comum. “Não faz sentido ele continuar no exército, se já perdeu a farda”, disse. A família de Iarla fará uma nova manifestação para chamar atenção para o caso, marcada para o próximo dia 18.

 "Não quero me tornar mais uma Camila", disse Cláudia Moreno,vítima de agressão pelo ex-marido (Foto: Andrê Nascimento/ O Dia)

Na manifestação, além de parentes e amigos de vítimas de feminicídio, estava também Cláudia Modesto, que foi espancada pelo ex-marido. “Ele foi preso em flagrante, com muitas provas, mas ainda espero as alegações finais. O que massacra a gente é a morosidade da Justiça”, disse Cláudia, segurando um cartaz com fotos em que ela aparecia com o rosto bastante machucado pelas agressões. “Espero que seja sancionada a lei para que nós possamos sair da delegacia já com uma medida protetiva. Por que saímos da delegacia com medo de sermos agredidas, ou até mortas. Eu ando só com Deus. Não quero me tornar mais uma Camila”, disse Cláudia.

 


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Edição: Nayara Felizardo
Por: Andrê Nascimento
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