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Vídeo: professores de Teresina pedem suspensão das aulas remotas

Categoria diz que há exclusão digital e que as turmas virtuais não chegam a reunir nem cinco alunos direito.

15/09/2020 11:53

Os professores da rede pública municipal de ensino se reuniram na manhã desta terça-feira (15) em manifestação em frente à Secretaria Municipal de Educação (SEMEC), reivindicando, dentre outros pontos, a suspensão das aulas remotas e o cumprimento do piso salarial da categoria que, segundo a entidade representante da classe, está há sete meses atrasado.

De acordo com Sinésio Soares, presidente do Sindserm (Sindicato dos Servidores Municipais de Teresina), a proposta de reajuste salarial foi posta no começo do ano e, sem retorno do poder público, a categoria iniciou a greve ainda em janeiro. “Até hoje não pagaram os sete meses retroativos e para piorar, começaram em junho as atividades remotas improvisadas que sequer chamaram o sindicato para discutir”, denunciou Sinésio.

Leia também: Professores em greve têm contracheques zerados pela Prefeitura de Teresina 

O Sindserm aponta que cada turma de aulas remotas na rede municipal de ensino em Teresina não chega a reunir nem cinco alunos direito e que há muitos professores e estudantes excluídos digitalmente que não têm acesso ou não sabem manusear a tecnologia de ensino à distância. “Os alunos não têm smart TV, não têm computador e a Prefeitura teve de março até junho para organizar melhor isso e não chamou a gente pra conversar, então nós queremos a suspensão dessas atividades que são uma farsa remota e não chega nem a cinco aluno. É exclusão de quase 70% dos alunos”, dispara o presidente do Sindiserm.


O sindicato propõe que, se não houver a suspensão das aulas remotas na rede pública municipal de ensino, ao menos haja mais diálogo e um planejamento para que esse modelo de educação à distância seja mais bem implementado. Os professores defendem ainda que as aulas presenciais não retornem mais em 2020 e que seja feito um plano estratégico para que esse período perdido durante a pandemia seja recuperado em 2021.

“As crianças são as que mais transmitem essa doença, porque muitas são assintomáticas e temos professores em idades mais avançadas que são do grupo de risco. Então a gente defende sim que as aulas não voltem presencialmente mais este ano”, finaliza o representante da categoria.

A Secretaria Municipal de Educação (Semec) informou, através de nota, que o regime de atividades não presenciais foi planejado para minimizar os prejuízos educacionais dos alunos da Rede Municipal e que conta com a participação de quase 90% dos alunos. "As aulas são transmitidas online e também pela TV, além de atividades impressas para quem não tem acesso aos outros meios". Sobre os pagamentos, a Semec afirma que o reajuste dos professores está sendo efetuado em duas vezes, como aprovado. "Qualquer outra questão administrativa deve ser protocolada na Semec ou Procuradoria Geral do Município", finalizou a nota.

Por: Maria Clara Estrêla, com informações de Lalesca Setúbal
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