Em um vídeo publicado na manhã deste domingo (17), o secretário Estadual de Justiça, Daniel Oliveira, pediu desculpas publicamente pela escolha do nome Nelson Mandela para a Penitenciária Regional de Campo Maior. A nomeação havia gerado repercussão negativa nas redes sociais por relacionar o nome de um dos líderes mundiais da luta pela liberdade, preso por 27 anos, com a unidade prisional.
O secretário de Justiça informou ainda que, na manhã de hoje, foi assinada uma portaria revogando o nome de Nelson Mandela para a penitenciária. “Quero transmitir meu pedido de desculpas por ter usado equivocadamente o nome do pacifista e líder Nelson Mandela no presídio de Campo Maior, o erro foi meu e da minha equipe. Estamos reconhecendo o erro e dizendo que da parte do Governo do Estado esse nome já está revogado”, anunciou.
Além disso, o secretário pediu para que as pessoas enviem novas propostas de nome para a penitenciária, que tem inauguração prevista para outubro deste ano.
Repercussão negativa
A Penitenciária Regional de Campo Maior foi inaugurada provisoriamente, na manhã da última quinta-feira (14), para receber 43 detentos em virtude da superlotação da Central de Flagrantes de Teresina, que mantinha 70 presos, quando a capacidade do local é de apenas 15. A inauguração do presídio, nomeado de Nelson Mandela, teve grande repercussão nas redes sociais.
As críticas foram direcionadas ao nome do presídio, em homenagem a um dos ícones da luta pela liberdade e pela igualdade racial, o ex-presidente da África do Sul, Nelson Mandela. Além de ganhador do Prêmio Nobel da Paz, Mandela também foi preso por 27 anos pelo seu ativismo contra a segregação racial. Os piauienses se mostraram insatisfeitos com a escolha por relacionar a imagem do ativista com um lugar onde homens serão privados da sua liberdade.
Em entrevista ao portal O Dia, o autor da proposta, o deputado Aluísio Martins, afirmou que a intenção inicial era homenagear alguma figura importante para o estado do Piauí ou para a cidade de Campo Maior, mas lamentou que muitas vezes as famílias não querem associar o nome da pessoa a uma penitenciária. Por isso, o deputado decidiu homenagear o ex-presidente sul africano que, segundo ele, foi alguém que permaneceu preso, refletiu sobre a sociedade e, posteriormente, ao ser posto em liberdade, tornou-se presidente da África do Sul.
Veja o vídeo: