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Passageiros esperam mais de uma hora por ônibus em terminal de integração

Os usuários do transporte coletivo de Teresina reclamam da demora dos veículos e da lotação em horários de pico. Passageira diz que isso vai na contramão do que recomenda a OMS.

19/03/2020 11:40

A redução da frota de ônibus circulando em Teresina já resulta em reclamação por parte dos usuários do transporte público. É que com 30% dos veículos a menos, os passageiros têm esperado mais de uma hora por uma condução nos terminais de integração da Capital. E os ônibus que chegam, segundo eles, ainda são lotados e muitas vezes saem antes do horário previsto porque não comportam mais ninguém.


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A reportagem do Portal O Dia visitou o terminal de integração do Itararé, no Dirceu. No local, haviam passageiros reclamando da demora dos ônibus que fazem as linhas alimentadoras, ou seja, terminal-bairro. De acordo com eles, um percurso que durava em média de 20 a 30 minutos está sendo feito em uma hora ou mais por conta da demora no embarque. O senhor Antônio Wilson é um dos usuários insatisfeitos. Ele veio de Demerval Lobão, desceu na Avenida Miguel Rosa, pegou um ônibus para chegar ao Terminal do Itararé e estava aguardando uma condução para o bairro Parque Jurema. A espera já estava durando uma hora e dez minutos.


Foto: Assis Fernandes/O Dia

“A gente fica à mercê desses ônibus coletivos e não tem. Eu estou aqui a uma hora e dez minutos esperando o Parque Jurema e não tem ônibus. Os coletivos não cumprem o horário nem em dia normal, imagine agora que reduziu e vem tudo cheio, os ônibus muito lotados. Eu passei pelo Terminal do Bela Vista ontem pra pegar um ônibus para cá e não tem quem consiga em horário de pico, passaram três lotados e muitos deles nem param”, afirma o senhor Antônio.

Ele também menciona a insegurança de esperar por ônibus nas paradas em meio a uma redução do movimento da cidade. “Ficamos à mercê dos bandidos, da marginalização. Até aqui [no terminal de integração] tudo bem, que a gente fica protegido, mas quem fica naquelas paradas da Miguel Rosa e João XXIII, por exemplo? Quem espera ônibus ali fica isolado”, finaliza.

Quem também demonstrou insatisfação com a espera pelo transporte coletivo foi a operadora de caixa Bruna Rafaela. Os ônibus que ela geralmente pega, o Terminal do Livramento e um Via Shopping, estão demorando quase uma hora para passar, sendo que em dia normal, a espera é de no máximo 30 minutos. Para ela, o ideal seria manter os coletivos circulando em quantidade normal mesmo que o fluxo de passageiros diminua para evitar a formação de aglomerações conforme as recomendações dos órgãos da saúde pública.


Foto: Assis Fernandes/O Dia

“Piorou mais, tinha era que continuar do mesmo jeito. A demanda continua praticamente a mesma e os ônibus estão em menor quantidade, ou seja, vai é lotar tudo e juntar mais aglomeração. Não dá pra entender a lógica de tirar os coletivos da rua quando o que a gente precisa é de um transporte eficiente pra levar e trazer as pessoas rápido e evitar que elas passem mais tempo fora de casa”, disse Bruna. Ontem, ela conta que esperou quase uma hora para conseguir pegar um ônibus devido à lotação e demora entre um carro e outro.

“O tempo que eu passei esperando um, daria pra pegar três em um dia normal e o que eu peguei veio muito cheio, ruim de entrar. Então piorou ao invés de melhorar para não aglomerar. Está é aglomerando mais ainda”, finalizou a passageira.

Ônibus são higienizados, mas terminais não disponibilizam álcool em gel aos passageiros

Conforme a recomendação da Organização Mundial de Saúde e dos especialistas em sanitarismo e saúde pública no mundo, a população deve fazer uso do álcool em gel nas mãos para mantê-las limpas e evitar a contaminação pelo Novo Coronavírus. Os estoques nas farmácias e supermercados já se encontra limitado e em ambientes públicos, onde há aglomeração de pessoas, não está sendo disponibilizado pelo poder público o material de higienização.

No Terminal de Integração do Itararé, por exemplo, alguns usuários reclamaram que não encontraram álcool em gel para higienizarem as mãos no embarque e desembarque dos ônibus. No entanto, haviam dois funcionários das empresas de transporte que atual na região fazendo a higienização dos coletivos. Munidos de máscara cirúrgica, um pano e álcool em spray, eles adentravam nos veículos para limpar as catracas, os bancos e os pegadores. 


Foto: Assis Fernandes/O Dia

Só que nem todos os veículos que chegavam passavam por limpeza, porque alguns mal paravam e já tinham que sair por conta da lotação e do horário de partida. E somente os ônibus eram higienizados. Os bancos dos terminais onde os passageiros aguardam os coletivos, segundo os passageiros, não estavam sendo limpos.

Por: Maria Clara Estrêla
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