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Em nove dias, Piauí deve superar total de mortes por covid de 2020

O número de óbitos decorrente da covid-19 em 2021 já corresponde a 93% o total registrado em todo o ano passado.

14/05/2021 12:37

A letalidade da covid-19 segue sendo refletida nos números diários de mortes no Piauí. Nesta quinta-feira (13), o Estado registrou 14 óbitos decorrentes da doença e confirmou mais oito, somando um total de 21 mortes confirmadas nas últimas 24 horas. Só de 01 de janeiro até o dia de ontem, o Piauí já registrou 2.629 mortes por covid-19. O número equivale a 93% do total de 2.840 mortes contabilizadas pela doença em todo o ano de 2020.


Leia também: No Piauí, média de óbitos por covid subiu 102% da primeira para a segunda onda 


Se continuar neste ritmo, com uma média de 24 óbitos por covid ao dia, o Piauí deverá atingir e ultrapassar o total de mortes de 2020 em pouco mais de uma semana. É isso o que mostra análise dos dados da Secretaria de Saúde do Estado (Sesapi). 

Já no que respeito ao número de casos novos, o total acumulado de janeiro a maio de 2021 – 112.193 – já representa 78% de todo o registrado de março a dezembro de 2020 – 143.179 casos. Significa dizer que com mais 30.986 confirmações da doença, o Piauí bate em 2021 o total de casos acumulados de março a dezembro de 2020. Se o Estado continuar com uma média de mais de mil casos confirmados por dia, em um mês, a quantidade de casos de covid em 2021 no Piauí ultrapassa a do ano passado.

Para o doutor em Ciência Biomédica e membro do Núcleo de Pesquisa em Saúde Pública da UFPI, professor Emídio Matos, estes números refletem a letalidade da segunda onda da pandemia em 2021.


Foto: Assis Fernandes/O Dia

Óbitos entre jovem de 20 a 29 anos aumentou 133% na segunda onda

Nesta segunda onda da covid-19 no Piauí, assim como em todo o Brasil, tem-se percebido um rejuvenescimento da doença. A taxa de transmissão e letalidade entre os jovens de 20 a 39 anos tem se elevado ao passo que entre aqueles idosos longevos, com 80 anos ou mais, a taxa de óbitos caiu 29%. Isso se deve, principalmente, à vacinação. Os idosos longevos foram os primeiros a receberem as duas doses da vacina contra a covid-19 em todo o país.

Esse dado toca em um ponto importante: não se pode falar em imunização com somente uma dose aplicada e como o Brasil, e no caso, o Piauí, segue em um ritmo de vacinação inconstante e indefinido, não se tem ainda como falar em imunização de rebanho pela vacinação. Para o doutor em Ciência Biomédica e membro do Núcleo de Estudos em Saúde Pública da UFPI, Emídio Matos, isso é impensável no momento.

De acordo com os dados apresentados por ele, as mortes por covid-19 entre os idosos de 60 A 79 anos caiu 15% entre março e abril. Em contrapartida, as mortes na faixa etária dos 20 a 29 anos subiu 133% no mesmo período. São os que ainda não foram vacinados contra a covid-19 e que contribuem para a transmissibilidade do vírus.


Foto: Reprodução/ProPiauí

“Estamos distantes da imunização de rebanho por vacina. O próprio Ministério da Saúde disse que a estimativa para isso é setembro. Chega a ser irresponsável falar nisso nesse momento. Na verdade, é difícil até fazer esse cálculo, porque não tem previsibilidade de vacina. Nesse cenário, a gente deve chegar só no ano que vem na imunidade de rebanho”, explicou Emídio Matos.

Se por um lado a vacina demora, por outro, a rede de atendimento segue saturada, apesar de o Piauí ter conseguido zerar a fila de espera por leito de UTI no começo de maio. Em 05 de julho, de 2020, o Piauí atingiu a maior taxa de ocupação na primeira onda da pandemia, com 75,17% dos leitos de UTI covid sendo utilizados. Em 2021, a maior ocupação foi atingida em 18 de abril, com 95,87% dos leitos ocupados. “Na prática, essa taxa de ocupação era superior a 100%, uma vez que a partir de março começamos a ter fila de espera”, ressaltou Emídio.

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