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Economia no Piauí: crescimento será negativo para 2020, aponta economista

O setor da indústria foi afetado fortemente devido as medidas de isolamento social e fechamento por tempo indeterminado das empresas

04/08/2020 12:56

Com a chegada da pandemia do novo coronavírus, diversos setores econômicos foram afetados, entre eles, o da indústria. No Piauí, diante do impacto provocado pelo cenário, as perspectivas de crescimento econômico para 2020 são negativas para o segmento industrial, que estima lentidão na normalidade da produção de algumas atividades afetando diretamente o Produto Interno Bruto (PIB).

O economista do Centro das Indústrias do Estado do Piauí (CIEPI), Márcio Braz, explica que houve mudanças de estimativas no período pré-pandemia em relação ao atual momento. "Mudança total. Fechamos 2019 com um crescimento da economia nacional em 1,1%, bem abaixo do que o necessário, mas com perspectivas de que em 2020 essa taxa se elevasse para pouco mais de 2%. Atualmente as perspectivas são de crescimento negativo entre 5,7 e algo em torno de 8%", e isso fatalmente repercutirá na economia piauiense", explica.

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou um levantamento sobre os impactos da pandemia na economia do país. Os dados apontam que das 2,8 milhões de empresas em funcionamento na segunda quinzena do mês de junho, 62,4% relataram que foram afetadas negativamente. Entre as empresas pesquisadas, as que relataram ter sentido impactos maiores foram as de serviço (65,5%/), seguidas pelo comércio (64,1%); construção (53,6%); e indústria (48,7%).

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Com a pandemia, o setor da indústria foi afetado fortemente devido as medidas de isolamento social e fechamento por tempo indeterminado das empresas. "De modo geral no Estado, ao que tudo indica, chegamos ao fundo do poço no que se refere ao desemprego provocado pelo combate à pandemia. Tivemos saldos negativos em março, abril e maio. O acumulado no ano é de menos 8.684 empregos. Em junho, o crescimento dos empregos formais foi puxado pela indústria de transformação e espero, para o próximo mês, um resultado mais significativo da construção, mas esses setores somados representam apenas 12,1 % do PIB", explicou o especialista.

Márcio Braz cita ainda os principais empecilhos para o setor da indústria se desenvolver no Estado. "A inexistência de polos empresariais modernos, a infraestrutura inadequada para o escoamento da produção, a qualidade ainda insatisfatória da energia elétrica, a dificuldade de acesso ao crédito por parte dos pequenos empresários e a concentração espacial da produção são problemas que precisam ser superados a curto prazo. Precisamos definir claramente uma política de desenvolvimento econômico com instrumentos de intervenção claros e acessíveis, partindo da nossa realidade atual e tendo em vista a sociedade que queremos construir", finaliza o economista do Centro das Indústrias.

Por: Isabela Lopes, com informações da Ascom
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