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Covid em Teresina: zona Leste não registra mais casos doença; veja pesquisa

A curva da pandemia na capital piauiense começou a decrescer e a taxa de transmissibilidade do vírus é a menor já registrada desde o início da crise.

29/07/2020 09:11

A curva da covid-19 em Teresina vem seguindo em sua trajetória decrescente. Os dados da 15ª etapa da pesquisa sorológica divulgada pela Prefeitura nesta quarta-feira (29) revelam que houve um aumento no número de teresinenses imunes à doença, ou seja, que já se contaminaram e desenvolveram anticorpos; e que a quantidade de pessoas contaminadas vem caindo semana a semana.

Leia também: Covid: Teresina segue com mais de 200 mil contaminados; veja pesquisa 

No atual momento, Teresina possui 197.963 pessoas positivadas para o novo coronavírus. Deste total, 107.587 já desenvolveram anticorpos e apenas 12.454 estão em estágio de transmissão da doença. A redução no número de infectantes na última semana na capital foi de 38%. Na etapa anterior da pesquisa sorológica, Teresina tinha 20.151 pessoas transmitindo o vírus. No entanto, a quantidade de casos detectados ainda preocupa, uma vez que os números de positivados nesta última etapa é 15 vezes maior que as notificações oficiais da doença.

Com relação ao número de positivados para a covid-19 em Teresina, esta 14ª etapa da pesquisa sorológica apontou uma redução de 2% em comparação com a quantidade detectada na semana passada: na etapa anterior, a capital tinha 201.768 pessoas contaminadas com coronavírus. O número agora é de 197.963. Para a Prefeitura, isso mostra que a curva da pandemia na cidade está se estabilizando e que a tendência agora é que esse decréscimo se acentue ainda mais com o passar do tempo. Contribui para isto justamente o aumento no número de pessoas com anticorpos pós-contaminação e a redução na quantidade de infectantes.

"No último fim de semana, mais de 100 mil teresinenses já estavam com anticorpos, ou seja, cada vez mais pessoas estão ficando imunes à doença. Por outro lado, o número de pessoas infectadas e infectantes passa a ser menor. Isso mostra que Teresina começa a ter uma barreira à transmissão da covid, o que leva a doença a desacelerar. Prova disso é que nosso R0 se manteve abaixo de um e em um patamar considerado tolerável e animador", explicou o prefeito Firmino Filho.

Por R0, ele se refere ao Índice de Transmissibilidade da covid-19, que em Teresina ficou na casa dos 0,62. Este é o menor R0 já registrado para a capital piauiense desde o início da pandemia. O número está também dentro do nível considerado ideal para OMS (Organização Mundial da Saúde) para se falar em flexibilização das normas de isolamento e retomada da economia. Para efeito de comparação da queda do R0 em Teresina, há duas semanas, ele era de 1,14.

Mas o que chama a atenção é a distribuição geográfica da covid-19 em Teresina. Conforme os dados da pesquisa sorológica, a zona Leste da capital zerou o número de pessoas positivadas para a doença. Concentrando 19% da população teresinense, esta região contabilizou zero casos de coronavírus nesta 14ª etapa da pesquisa. Ou seja, nenhum morador da zona Leste positivou para a doença.

Vale lembrar que a região Leste da capital foi uma das primeiras a registrar casos de coronavírus ainda no começo da pandemia e se manteve durante mais de um mês como a zona com a maior quantidade de registros da doença na cidade. Os bairros Ininga e Jóquei eram os que inspiravam maior preocupação do poder público. Hoje, as atenções saem da zona Leste e se voltam para a região Sul, onde o contingente populacional corresponde a 34% do total de habitantes de Teresina, e concentra 62% do total de casos confirmados de covid-19.

Coronograma de reabertura está mantido

Durante a apresentação dos dados da 14ª etapa da pesquisa sorológica, o prefeito Firmino Filho reiterou que o cronograma de reabertura das atividades econômicas em Teresina segue mantido. Nesta segunda-feira (27), reabriram lojas de varejo e atacado de produtos não essenciais operando com 50% de sua capacidade e seu contingente e em horário e dias restritos (de 9h às 14h e apenas quatro dias por semana). Na próxima semana (segunda-feira, 03), a capital vai começar a segunda fase de flexibilização com a retomada de atividades dos shopping centers, centros comerciais, estabelecimentos de venda de artigos para viagem e calçados e serviços de tatuagem, colocação de piercing, alojamentos, higiene e embelezamento de animais domésticos.

Fiscalização foi intensificada para garantir a contenção da doença

Em meio a um cenário de reabertura das atividades econômicas e em um momento onde a pandemia da covid-19 dá sinais de desaceleração em Teresina, o poder público municipal vem intensificando as ações de fiscalização para garantir que a flexibilização da quarentena não leve a um novo aumento dos índices como aconteceu quando do início da retomada. Mais 125 guardas civis municipais foram colocados nas ruas do Centro para garantir que as pessoas e estabelecimentos cumpram o distanciamento social e identificar eventuais casos de descumprimento dos decretos.

No entanto, um dos aspectos que preocupa é o do transporte público. Teresina reabre suas atividades, mas o sistema de transporte coletivo opera em frota reduzida não somente por conta das restrições da pandemia, mas também da greve dos motoristas e cobradores que vem se arrastando há meses. Com o aumento no fluxo de pessoas, as aglomerações nos ônibus se torna um fato. De acordo com a Prefeitura de Teresina, o número de passageiros se utilizando do transporte coletivo na capital não tem passado dos 5 mil, mas em razão do possível aumento desse fluxo nos próximos dias, algumas medidas estão sendo tomadas.

"Estamos espaçando o início para o funcionamento de alguns setores. Os ambulatórios, por exemplo, só funcionam a partir das 12 horas. Já o comércio no Centro, a partir de 9 horas. A Indústria começa a partir das 6 horas da manhã. O que queremos é diluir a chegada no Centro para os vários setores, mas temos que ter em mente que precisamos quebrar alguns padrões culturais. O empresário não pode cobrar do trabalhador que chegue às 8 horas se a loja só vai funcionar a partir das 9h. A ideia é espaçar o horário de funcionamento dos estabelecimentos no Centro para achatar a curva de uso do transporte coletivo. Essas aglomerações seguem acontecendo nos horários de pico e essa é a nossa preocupação, mas estamos fazendo o possível. É um desafio muito grande", explicou Firmino Filho.

Por: Maria Clara Estrêla e Sandy Swamy
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