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Na Rocinha, parte do comércio fecha e relatos indicam novo tiroteio

Equipes de delegacia encontraram dois cadáveres carbonizados na rua 2 da Rocinha. Líderes de confronto sangrento ainda estão na Rocinha, segundo investigações

18/09/2017 18:53

Parte do comércio na favela da Rocinha, na Zona Sul do Rio, foi fechado no final da tarde desta segunda-feira, no dia seguinte à guerra entre traficantes que aterrorizou a região e deixou quatro mortos. Apesar de negativas da UPP e Polícia Militar, o traficante Rogerinho 157, que está escondido na comunidade, mandou as lojas fecharem, e várias delas seguiram a ordem.

Relatos em redes sociais no final da tarde também indicam que o tiroteio teria retornado na comunidade, na rua 1, pouco antes das 18h10. As informações da 11ª DP (Rocinha) indicam que, além de Rogerinho, sua rival, Danúbia, mulher do traficante Antonio Francisco Bonfim Lopes, o Nem da Rocinha, também está na região.

Segundo as investigações, há indícios de que líderes do Primeiro Comando da Capital (PCC) apoiaram a tentativa de retomada da favela pela quadrilha de António Francisco Bonfim Lopes, o Nem.

Embora não confirme que a facção criminosa paulista tenha influência na comunidade, a Polícia Civil já sabe que os criminosos que participaram da invasão à Rocinha partiram de três favelas controladas pela também facção criminosa ADA (Amigo dos Amigos): São Carlos, no Estácio; Vila Vintém, em Padre Miguel; e Macacos, em Vila Isabel

"Não sabemos ainda se o PCC atuou no confronto de domingo", disse o delegado, acrescentando que criminosos da facção paulista podem estar dentro da Rocinha.

Antônio Ricardo informou ainda que Rogério 157, indicado como um dos líderes da facção que domina a Rocinha, estaria escondido na parte alta da favela. "Moradores nos informaram também que Danúbia, mulher de Nem, continua morando na comunidade", complementou.

Equipes da Delegacia Especializada em Armas, Munições e Explosivos (Desarme) encontraram dois corpos carbonizados na área da Rua 2 na Rocinha. A Divisão de Homicídios foi chamada ao local para realizar perícia nos cadáveres. Quatro pessoas, segundo a Polícia, morreram nessa guerra entre traficantes.

UPP sabia de invasão

A unidade de Polícia Pacificadora (UPP) da Rocinha já tinha a informação de que criminosos planejavam invadir a comunidade a qualquer momento, como revelou o Jornal Hoje desta segunda-feira (18).

O grupo se reunia num morro no Centro do Rio e esperava, a qualquer momento, entrar na comunidade de madrugada — como, de fato, fez no domingo de manhã (17).

Não houve nenhuma ação para evitar a invasão e os confrontos que aterrorizaram os moradores. Pelo menos 70 bandidos vieram de fora e se juntaram a outros na Rocinha.

O objetivo era retomar o território que tinha sido ocupado pelo traficante que sucedeu Antônio Bonfim Lopes, o Nem, que cumpre pena no presídio federal de Campo Grande. A UPP da Rocinha trabalha com 700 homens.

Os traficantes não se intimidaram com a presença da PM. Em uma das principais ruas de acesso, eles roubaram dois carros e passaram por viaturas da Polícia.

Os PMs não reagiram: se abrigaram e se esconderam. Um vídeo feito por militares numa pizzaria mostra os policiais recomendando aos outros que se escondessem.

Fonte: G1
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