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Diferença salarial entre os homens e as mulheres é maior no setor cultural

Essa foi a constatação divulgada pelo IBGE, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatistica, nesta quinta-feira (5), em pesquisa de informações e indicadores culturais.

06/12/2019 08:12

 As mulheres que trabalham na área da cultura têm salários inferiores aos de seus colegas homens - menores até do que a média na comparação com os trabalhadores de outros setores de emprego.

Essa foi a constatação divulgada pelo IBGE, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatistica, nesta quinta-feira (5), em pesquisa de informações e indicadores culturais.

Os dados mostram que, em 2017, mulheres da cultura ganharam, em média, R$ 2.798 por mês, o que representava 67,8% do salário dos homens, de R$ 4.127. A remuneração feminina foi abaixo da apresentada no mercado de trabalho de forma geral, em comparação com outras pesquisas.

No universo do Cadastro Central de Empresas, o Cempre, as mulheres têm remuneração média de R$ 2.556, que corresponde a 82,8% do que faturam os homens, com salários de R$ 3.086.

Já em dados divulgados pela Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra Domiciliar) Contínua em março desse ano, o valor médio da hora trabalhada era de R$ 13 para mulheres e de R$ 14,20 para homens, ou seja, o pagamento delas por hora representava 91,5% do masculino.

Se a base de comparação da Pnad Contínua for o rendimento total, a proporção cai para 79,5%, já que, em 2018, elas recebiam, em média, R$ 2.050, contra R$ 2.579 deles.

Na análise por escolaridade, verificou-se uma maior proporção de empregados com nível superior no setor cultural do que em trabalhos de outros ramos econômicos. Em 2017, essa era a realidade de 32,8% do pessoal assalariado da cultura, valor superior ao total do Cempre, de 22,6%.

O levantamento do IBGE também mostra que o número de empresas ligadas à cultura caiu 15% entre 2010 e 2017, período em que 58 mil companhias deixaram de atuar no setor.

Há nove anos, existiam 383.522 empresas e outras organizações ligadas ao setor cultural registradas no Cadastro Central de Empresas, o Cempre. Em 2017, esse número foi para 325.422.

Os dados apontam retração no setor cultural em diversos pontos da economia. "As empresas nas atividades culturais perderam participação em todas as variáveis estudadas", informa o instituto.

Em consequência à queda na quantidade de empresas, o índice de pessoal ocupado na cultura diminuiu. Em 2010, eram 2.036.127. Em sete anos, 95.916 pessoas deixaram de trabalhar na área, com 1.940.211 funcionários em 2017.

A pesquisa mostrou que as empresas das atividades culturais geraram, em 2017, cerca de 7% da receita líquida do total das atividades empresariais –indústria de transformação, comércio e serviços não financeiros–, uma perda em relação a 2007, quando representavam 8,8%.

Ainda na comparação com 2007, ano que iniciou a série histórica, o pessoal ocupado na cultura observou aumento de 7,2%, com 129,9 mil pessoas a mais empregadas. No período, o salário médio real do setor cresceu 19,5%. Porém, esses dados não podem ser observados de forma positiva, segundo o IBGE.

Primeiro, pela elevação do pessoal ocupado ter sido inferior ao observado no universo do Cempre, que teve aumento de 21,8%. Dessa forma, o setor cultural perdeu participação de 4,2% em 2007 para 3,7% em 2017. Segundo, por causa de o salário médio mensal das atividades culturais ter crescido menos do que a variação da média do Cempre, de 23,1%.

O Cempre abriga um importante acervo de dados sobre o universo das empresas e outras organizações formais e suas respectivas unidades locais existentes no Brasil. A ferramenta reúne informações cadastrais e econômicas oriundas de pesquisas anuais do IBGE e de registros administrativos do extinto Ministério do Trabalho.


No que diz respeito ao Índice de Preços da Cultura, o IPCult, verificou-se contraste entre os diferentes grupos do setor. Serviços de telefonia, TV por assinatura e internet, que representam 40% da cesta, reduziram seu peso, indo de 42,3% em 2012 para 39% em 2018. Artigos de residência são outro item com retratação, caindo de 13,3% para 11,2%.

Por outro lado, produtos e atividades de ensino cresceram 2,4 pontos percentuais no período, indo de 10,2% para 12,6%. Ainda registraram alta os índices de jornais, revistas e assinaturas, de 5,2% para 6,2%; despesas pessoais com produtos culturais, de 9,3% para 9,6%; acessórios pessoais, de 4,4% para 5,1%; e despesas pessoais com serviços culturais, de 15,3% para 16,3%.

Fonte: Folhapress
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