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Alunos, médicos e professores fazem protesto contra o abandono da Uerj

Manifestantes pediram atenção à situação da Uerj, que corre o risco de ter o período letivo cancelado e fechar as portas por falta de recursos.

12/01/2017 14:36

Um protesto contra o abandono da Universidade do Estado do Rio (Uerj) e do Hospital Universitário Pedro Ernesto (HUPE) reuniu centenas de pessoas, entre estudantes, professores, médicos, servidores e funcionários terceirizados, na manhã desta quinta-feira, na Zona Norte da cidade. Os manifestantes se concentraram por volta das 8h em frente à unidade de saúde, que fica em Vila Isabel, e marcharam até a universidade, sediada no Maracanã. A Polícia Militar deu apoio ao ato, que terminou por volta das 10h30.

 

Munidos de cartazes e acompanhados por um carro de som, os manifestantes pediram atenção à situação da Uerj, que corre o risco de ter o período letivo cancelado e fechar as portas por falta de recursos, além do pagamento dos servidores, que está atrasado desde novembro. Médicos do HUPE pediram melhorias na unidade, que vem sendo muito impactada pela falta de recursos.

— Tenho uma paciente de 26 anos com câncer de estômago que não pode ser internada por falta de leito na UTI. Antes eram 40 leitos, hoje são três — desabafa Débora Monteiro, de 28 anos, médica residente de cirurgia geral.

O protesto foi organizado pelo Centro Acadêmico da Faculdade de Medicina da Uerj, mas contou com a participação de estudantes e professores de outras áreas.

— A Faculdade de Medicina começou às aulas no dia 9 e desde então temos encontrado uma série de dificuldades. Auditórios sem luz, equipamentos sem manutenção, falta de material para aulas práticas, entre outros — lamenta Eduardo Torres, professor da Faculdade de Medicina da Uerj, que esteve presente no ato: — O sucateamento da Uerj não prejudica apenas as áreas de ensino e pesquisa, mas também os projetos de extensão e as atividades de saúde que atendem à população.

Na quarta-feira, os servidores administrativos, que estão sem receber desde novembro, anunciaram uma greve para a próxima segunda-feira, o que pode representar um comprometimento no calendário acadêmico, marcado para ter início neste dia.

Protesto contra o abandono da Uerj e do Hospital Universitário Pedro Ernesto (Foto: Tânia Rêgo/ Agência Brasil)

Diante da crise vivida pela Uerj, o presidente da Alerj, Jorge Picciani (PMDB), disse ao GLOBO que pediu que o governador Luiz Fernando Pezão tentasse viabilizar em Brasília a federalização da universidade:

— Conversei com ele (Pezão) sobre a federalização da Uerj, que tem muito mais lógica, em seu desenvolvimento de pesquisas e seu corpo docente, a estar vinculada à União que ao estado. A Uerj hoje tem 136 unidades espalhadas pelo Rio. O estado não tem condições de bancar isso. Na última audiência pública na Uerj, vimos que o custo por aluno é cinco vezes mais caro que o de uma universidade no Canadá. Acho que é um tema a ser discutido com o governo federal — defendeu Picciani.

Ao Globo, o reitor da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), Ruy Garcia Marques, disse que não comentaria a sugestão de Picciani sobre a federalização, uma vez que não foi procurado oficialmente nem por ele.

Novos arrestos

A Justiça determinou, nesta quarta-feira, que sejam feitos arrestos diários nas contas do governo do estado, até que se atinja a soma de R$ 7,5 milhões, para o pagamento de custeio do Hospital Pedro Ernesto. O arresto foi pedido pela Defensoria Pública estadual. Questionada, a Procuradoria Geral do Estado não informou se havia sido notificada sobre o arresto e nem se iria recorrer da decisão.

Fonte: Extra Online
Por: Pedro Zuazo
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