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Superfaturamento faz amigos desistirem de participar do Corso

Grupo desfilava desde 2012 e já ganhou 10 prêmios de melhor caminhão, mas este ano os gastos aumentariam cerca de 50%.

21/01/2018 08:30

A quantidade de caminhões desfilando no Corso de Teresina está diminuindo a cada ano e um dos motivos é o alto preço cobrado pelo aluguel do veículo, dos banheiros químicos e da estrutura exigida para garantir a segurança dos foliões. Por conta do superfaturamento, um grupo de amigos que ao longo de cinco anos já venceu 10 prêmios de melhor caminhão, desistiu de desfilar no dia 3 de fevereiro.

Segundo Igor Leite, um dos organizadores, os preços já estavam muito altos desde o ano passado, mas o grupo conseguiu desfilar com muito esforço. “O caminhão era pra reunir somente amigos, mas a despesa ficou tão alta que precisamos vender pra quem não conhecíamos, senão não arrecadava o dinheiro”, afirma.

Investimento para organizar caminhão com boa estrutura, além de bebidas e comidas, pode chegar a dezenas de milhares de reais (Foto: Assis Fernandes / O DIA)

Os gastos com toda a estrutura oferecida para os 43 foliões do caminhão chegaram a R$ 20 mil. Este ano, Igor estima que precisariam investir pelo menos R$ 30 mil, ou seja, um aumento de 50%. “O custo por pessoa ficaria mais de R$ 300,00. Então a gente percebeu que aquilo tava errado. É desestimulante”, lamenta.

Para este ano, além do aluguel do caminhão que chega a R$ 2.500 e pode subir para R$ 4 mil quando toda a estrutura de proteção for montada, o preço do combustível deve elevar ainda mais os custos em relação a 2017.

Em 2012, quando o Corso de Teresina ganhou o título de maior desfile do mundo pelo Guinnes Book, foram confirmados 343 caminhões enfeitados na avenida. No ano passado, esse número caiu para 32 veículos. Este ano, de acordo com a Fundação Cultural Monsenhor Chaves, existem três caminhões inscritos, mas o prazo segue até o dia 31 de janeiro.


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Festas para arrecadar dinheiro

Galenny Paulino não esperou muito tempo para inscrever seu caminhão no Corso. Há oito anos, ou seja, antes mesmo do evento se transformar na maior prévia de Teresina, ele reúne familiares e amigos para desfilar. No ano passado o grupo foi vice-campeão e agora espera alcançar o primeiro lugar na disputa lançada pela Prefeitura de Teresina.

Ele estima que o investimento com caminhão, banda, decoração e bebidas vá superar os R$ 20 mil, mas conta sua estratégia para driblar os custos. “A turma vem fazendo eventos o ano inteiro para arrecadar fundos. Também contamos com patrocinadores e com a ajuda dos associados do bloco, que pagam R$ 170,00 cada um”, revela.

O tema do caminhão será uma homenagem ao grupo de afoxé filhos de Ghandy. “Somos uma família que ama o carnaval da Bahia e a gente traz esta energia para o Corso. Temos que manter essa tradição em Teresina”, defende.

Segundo o gerente de promoção cultural da Fundação Cultural Monsenhor Chaves, Kleyton Marinho, a expectativa é que a quantidade de caminhões supere a do ano passado. “Muitas pessoas deixaram de se inscrever em 2017 devido ao valor do aluguel dos carros, que tava muito alto, mas agora os preços baixaram. O valor dos prêmios para os ganhadores também está melhor”, afirma. 

A prefeitura está oferecendo R$ 40 mil em premiação, dividida em quatro categorias: animação, criatividade, originalidade e estranheza. Cada vencedor leva o prêmio de R$ 10 mil.

Confira a reportagem da TV O DIA para o especial transmídia:


Por: Nayara Felizardo
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