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Piauí volta a ter fila de espera por leitos de UTI covid; 7 pacientes aguardam vaga

O Piauí amanheceu esta segunda-feira (17) com sete pacientes aguardando vagas em UTI covid-19 e com mais quatro esperando vaga em leitos clínicos. A fila de espera voltou a se formar no Estado e conta, no momento, com 11 pessoas precisando de internação sem que os hospitais tenham capacidade de atendimento. A informação foi confirmada pelo Núcleo de Estudos em Saúde Pública (NESP) da UFPI com base nos dados da Secretaria Estadual de Saúde (Sesapi).

Preocupa mais o fato de que todos os territórios de saúde do Piauí, exceto a região Entre Rios (Grande Teresina e municípios no entorno), estar com 100% de taxa de ocupação nas alas covid de seus hospitais. Vale lembrar, no entanto, que dentro dos leitos disponíveis em Teresina encontram-se os da Maternidade Dona Evangelina Rosa, os do Hospital Infantil e os leitos dos hospitais privados que não são de acesso universal e atendem a um público específico (gestantes, crianças e quem tem plano de saúde).

Na prática, esses 100% de ocupação nos hospitais no interior coloca a região Entre Rios bem próximo do colapso também. Isso, porque se há superlotação no interior, a tendência que esses pacientes sejam trazidos para ou busquem atendimento em Teresina.


Foto: Divulgação/Sesapi

“Se tem fila, é porque tem colapso”, diz especialista

Para o professor Emídio Matos, do NESP, a formação de uma nova fila de espera por leitos covid-19 no Piauí reflete o esgotamento do sistema de saúde. Ele diz que a rede de atendimento no Estado está começando a colapsar e que isso requer atenção do poder público e da população. 

“Significa que está tendo colapso no sistema de saúde. Se tem fila, é porque tem colapso. O Centro de Controle de Prevenção de Doenças Norte-Americano propõe que é abaixo de 75% da taxa de ocupação que se deve começar a considerar qualquer tipo de reabertura. Não é a realidade aqui”, diz Emídio.

Nesta segunda-feira (17), começou a valer o decreto estadual que permite ao comércio geral funcionar até as 17 horas, aos shoppings funcionarem do meio dia às 22 horas, e aos bares e restaurantes funcionarem todos os dias da semana até as 23 horas. O toque de recolher foi encolhido e segue de meia noite às 5h. Em Teresina, a Fundação Municipal de Saúde (FMS) anunciou, na semana passada, que iniciou a conversão de leitos covid em leitos não covid.

“Teresina está apresentando uma redução da necessidade de leitos clínicos covid. Com isso, nossos hospitais já estão oferecendo leitos para outras doenças. Essa readequação é natural, é o inverso do que ocorreu no período covid. Quando o covid começou a aumentar, esses leitos foram cedidos para esses pacientes. Então na medida que a necessidade por leitos clínicos está diminuindo, os leitos estão sendo readequados, ou seja, liberados para outras doenças não covid”, explicou o presidente da FMS, Gilberto Albuquerque.

Os pesquisadores do Núcleo de Saúde da Pública da UFPI lembram que a matriz de risco epidemiológico que foi proposta pelo documento do PRO Piauí junto com o COE (Comitê de Operações Emergenciais), e que baliza a reabertura da economia no Estado mostra que, no momento, o Piauí tem alta taxa de ocupação e média propagação da doença, mas que a situação não é definitiva.