Servidores de Saúde da Prefeitura Municipal de Teresina se reúnem em protesto pelas más condições de segurança nas Unidades Básicas de Saúde da Capital. Com as atividades paralisadas desde meia-noite, os profissionais acampam em frente ao prédio da Prefeitura de Teresina, onde pretendem apresentar suas reivindicações na manhã desta quinta-feira (08).
Segundo o Sindicato de Servidores Municipais de Teresina (Sindserm), a indignação dos profissionais se dá por conta dos constantes quadros de violência que as unidades de saúde sofreram nos últimos meses. De acordo com o Sindserm, cerca de 35 Unidades Básicas de Saúde foram assaltadas somente em 2018.
A mais recente foi no dia 27 de agosto, quando um homem armado adentrou a UBS do Portal da Alegria e fez um arrastão levando pertences pessoais das vítimas. Na ocasião, um funcionário de 27 anos, tentou reagir e foi atingido por dois disparos de arma de fogo. “A prefeitura está dizendo que não é responsabilidade dela, mas, a gente entende que é sim, pois foi dentro do ambiente de trabalho e no horário de trabalho”, explica Daniele Brito, diretora de assuntos jurídicos do Sindserm.
O presidente do sindicato, Sinésio Soares, explica que além de protestar pela segurança, os servidores também reivindicam a devolução de descontos indevidos nos salários, o pagamento do retroativo e denunciam falta de ascensão através das mudanças de níveis. “Com relação ao pagamento do adicional por insalubridades, nós entramos na justiça para que ele volte ao contracheque e ontem nós conseguimos. Saiu uma determinação da justiça obrigando a prefeitura retomar a insalubridade para os contracheques dos servidores”, conta.
Foto: Poliana Oliveira/O DIA
“Nós fizemos uma greve no primeiro semestre, mas as conquistas ainda não estão consolidadas. A FMS não está cumprindo com o acertado. Se a truculência continuar, se eles continuarem descumprindo com o acordo, a categoria não descarta um indicativo de greve”, continua Sinésio.
Segundo Sinésio, uma solução para o problema seria chamar os aprovados do concurso para Guarda Municipal e colocá-los nas UBS para garantir a segurança. Em contraponto, a PMT informou que tanto os classificados, quanto os ocupantes da lista de espera do concurso já foram convocados. Ao O DIA, a prefeitura afirmou ainda que está analisando a possibilidade de um novo concurso.
De acordo com o Sindserm, os atendimentos nas UBS da Capital só devem retomar na madrugada de sexta-feira (14), 24h após o inicio da paralisação. No entanto, a Fundação Municipal de Saúde informou que as Unidades de Saúde deverão funcionar normalmente nesta quinta-feira, sem prejuízos para a população.
FMS faz parceria com Polícias Militar e Civil
O coronel John Feitosa, chefe de assistência militar da Prefeitura de Teresina, recebeu com exclusividade a reportagem do O DIA. Segundo ele, a Polícia Militar e a Polícia Civil estão trabalhando em parceria com a PMT para garantir a segurança nas UBS.
Foto: Poliana Oliveira/O DIA
A ideia dos gestores é ampliar o policiamento intensivo nas áreas da Unidades de Saúde. “No momento, colocar um policial em cada UBS é inviável. Nós estamos articulando uma operação com a Polícia Civil com o objetivo de garantir a segurança desses profissionais e da população”, conta o coronel.
Ele afirmou ainda a FMS está fazendo um mapeamento da cidade para fazer uma fiscalização eletrônica, mas não explicou como se dará isso na prática.
Gestão da FMS está sob impasse
Ainda ontem (12), o presidente da Fundação Municipal de Saúde, Silvio Mendes, solicitou à Prefeitura sua exoneração do cargo. Informações de bastidores dão conta que o ex-prefeito estaria sendo cobrado excessivamente para a apoiar a candidatura da primeira-dama da Capital, Lucy Silveira, ao cargo de deputada estadual.
O prefeito Firmino Filho, por meio de sua assessoria, informou que ter recebido qualquer pedido de exoneração e que, caso receba, não aceitará a proposta.
Por: Lucas Albano com informações de Geici Mello