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Laudo cadavérico fragiliza versão da defesa de capitão da PM

Namorado de Camilla Abreu alegou que disparo na cabeça da jovem foi acidental, mas diretor do Instituto Médico Legal confirma tiro na nuca

02/11/2017 10:46

O laudo cadavérico feito no corpo da universitária Camila Abreu, vítima de feminicídio cometido pelo então namorado Alisson Wattson, capitão da Polícia Militar, revelou o local por onde passou a bala que tirou a vida da jovem. O tiro teria acertado a parte de trás da cabeça da vítima e saído pela lateral.

O médico legista Antônio Nunes, diretor do Instituto Médico Legal, explica que a bala atingiu a nuca da jovem, e saiu próximo à orelha esquerda. "A bala entra pela região occipital direita, e sai na região temporal esquerda, de cima para baixo”, disse. A região occipital se localiza na parte de trás da cabeça. 


Camilla Abreu, de 21 anos, foi morta com um tiro na cabeça efetuado pelo namorado (Foto: Reprodução)


O laudo pericial fragiliza a narrativa colocada pela defesa do capitão Alisson Wattson. Em depoimento, o policial afirmou que a arma do crime estava na mão de Camilla, e que ele havia tentado um golpe para tomá-la da menina. Neste momento a arma disparou, configurando assim um tiro acidental.

Outros exames de criminalística estão sendo realizados. A análise das manchas de sangue encontradas no carro irão dar certeza sobre a dinâmica do crime, e devem indicar em que posição estava a vítima no momento do tiro, assim como a posição do atirador.

O médico Antônio Nunes esclarece ainda que outras fraturas encontradas na cabeça de Camilla, que foram anteriormente consideradas fruto de pancadas com um objeto contundente, na verdade ocorreram em decorrência do tiro.

Durante a apresentação do caso à imprensa, o delegado Emerson chegou a comentar que a tese de tiro acidental não se sustentaria.  “Se foi acidental, por que ele não tentou socorrê-la? Por que houve a ocultação de cadáver, as tentativas de se livrar do sangue, do carro? São elementos que não coadunam com a hipótese de acidente”, explicou o delegado.


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Edição: Nayara Felizardo
Por: Andrê Nascimento
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