Especialistas em terremotos estão dependendo da liberação de recursos federais para estudarem os abalos sísmicos registrados no Piauí e no Maranhão desde ontem. O objetivo dos sismólogos é colocar mais equipamentos na região que foi o epicentro do tremor para determinar os parâmetros da falha geológica.

Segundo o sismólogo da Universidade de Brasília (UNB), Juraci Carvalho, a equipe de especialistas vai esperar até hoje à tarde para conseguir a verba. “O estudo tem que ser feito nessa etapa, do contrário não teria mais utilidade”, afirma o especialista.

Após o tremor ocorrido ontem (03), por volta das 9h, a rede sismográfica registrou cerca de 50 pós-abalos sísmicos. De acordo com Juraci, todos foram de pequena magnitude e imperceptíveis no Piauí. “Desses 50, cerca de 15 alcançaram mais de um ponto da escala Richter. Três tiveram magnitude acima de três pontos e uns dois abalos podem ter sido sentidos na região de Vargem Grande, no Maranhão”, explica o sismólogo.

Todos os pós-abalos já eram esperados. Eles ocorreram na mesma falha geológica e são considerados como atividades naturais, devido à acomodação após a ocorrência de um tremor. “Isso vai continuar acontecendo por alguns dias, dependendo do mecanismo de esforço da falha na região”, adianta Juraci. 

No site do Centro de Sismologia da USP, foram registrados nove abalos sísmicos em Vargem Grande, após o tremor percebido pelos piauienses. Os registros - com magnitude entre 4.6 e 1,5 - foram feitos entre 12h43 e 18h35 de ontem. Essas informações, entretanto, podem não ser exatas e sofrerem variações após a revisão de um geofísico.

Por: Nayara Felizardo