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Abalos secundários ainda podem ser sentidos após tremor em Teresina

Especialista diz que tremores acontecem com intervalo de muitos anos, na tentativa das rochas de acomodarem; entenda

03/01/2017 11:08

O professor de Geografia Física, Luís Jorge Dias, da Universidade Estadual do Maranhão (UEMA), explica que o tremor de terra sentido em São Luís, em Teresina e em várias outras cidades do Piauí e Maranhão ocorreu em decorrência da acomodação entre rochas, devido a falhas na crosta. Segundo ele, esses tremores normalmente acontecem com intervalo de muitos anos, na tentativa dessas rochas de acomodarem; contudo, se a atividade sentida nesta terça não for suficiente, essa deformação da crosta poderá ocorrer nos próximos dias.

“Como estamos no centro de uma placa, esses abalos são normais de acontecer, tanto que já foram registrados em outros momentos. Nos próximos dias podem ocorrer novos abalos, mas imperceptíveis para nós, mas somente estudos sismológicos é que podem determinar se houve a acomodação dessas rochas”, disse.

O especialista acrescenta ainda que a Bacia Sedimentar do Parnaíba (ou Maranhão) está sujeita a esse tipo de abatimento, vez que está em processo de acomodação. Entretanto, com a constante retirada de água, gás e petróleo pelo homem, as rochas acabam ficando porosas, e a tendência é que provoque transformações no solo.

Os resultados desses abalos comprometem parcialmente prédios e até o tráfego das cidades atingidas, vez que pode ocorrer um abaixamento leve, na ordem de 1 a 2 cm desta parte da superfície terrestre, causando desnível em ruas e avenidas. “As cidades de São Luís, Belágua, Timon, Teresina, e outras que foram atingidas pelo abalo, devem começar a sentir esses resultados”, destaca.

Segundo o professor, o abalo ocorrido nesta terça (03), com 4,7 graus de magnitude na escala Richter, pode ser considerado o maior já sentido no Maranhão e Nordeste, vez que último registrado foi de 4,2 graus. No Brasil, o maior tremor de terra foi registrado no Estado do Acre, na divisa com os países andinos, com magnitude 7,6, em novembro de 2015.

Tremor em Teresina

tremor sentido em diversos bairros de Teresina e alguns municípios piauienses foi um abalo sísmico de 4,7 graus de magnitude na escala Richter. O abalo foi registrado na cidade de Belágua (MA), localizado a 339 km da Capital piauiense, e pode ser sentido a uma distância considerável, sobretudo em regiões próximas ao local de origem do tremor.

Segundo o sismólogo do Observatório Sismológico da Universidade de Brasília (UnB), Juraci Carvalho, o sismo é de magnitude média, considerado razoável para os padrões brasileiros. Contudo, apesar do susto, ele destaca que não há risco de danos à prédios e construções em geral. 

O especialista ainda acrescenta que no Nordeste há muitos registros de sismos, entretanto na região onde ocorreu o abalo nesta manhã não é possível precisar. Com relação a novos tremores, o sismólogo explica que não é possível fazer novas previsões. 

“Não temos condições de dizer se haverá um outro tremor ou não. O que podemos dizer é que depois de um evento como esse há muitas réplicas, ou seja, eventos menores próximos ao local de origem. O sismo acontece em uma falha e ela continua por algum tempo até se acomodar”, disse.

O tremor que chegou ao Piauí foi ocorreu devido às ondas propagadas do local de origem e viajaram pelo interior da terra. Juraci Carvalho ressalta que nas cidades próximas à Belágua a sensação de tremor pode ter sido mais intensa.

Sismos e Terremoto 

Terremoto ou abalo sísmico é um movimento brusco e repentino do terreno resultante de um falhamento. Portanto, a ruptura de uma rocha é o mecanismo pelo qual o terremoto é produzido. Essa ruptura causa a liberação de uma grande quantidade de energia, a qual gera ondas elásticas que se propagam pela Terra em todas as direções. Um sismo é basicamente a ocorrência de uma fratura a uma certa profundidade, que origina ondas elásticas que se propagam por toda a Terra. 

As palavras sismo e terremoto são sinônimas, sendo que normalmente reserva-se o uso da palavra terremoto para a classificação de grandes sismos, e para os pequenos costuma-se usar abalo sísmico ou tremor de terra. (Fonte: IAG USP e Geofisica Brasil)


Por: Isabela Lopes
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