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Desembargador sobre fraude em concurso: "œEsquema era maior que o imaginado"

De posse do relatório da polícia sobre inquérito, presidente do TJ decide amanhã se anula ou não concurso.

29/03/2016 12:06

O presidente do Tribunal de Justiça do Piauí, desembargador Raimundo Eufrásio, disse, em conversa com o PortalODia.com, que o esquema da tentativa de fraude ao concurso do TJ era maior que o imaginado inicialmente. Ele afirmou que divulgará amanhã (30) sua decisão sobre a anulação ou não do certame.

A presidência do TJ está de posse do relatório da Polícia Civil desde a semana passada, quando o inquérito foi concluído . No entanto, Raimundo Eufrásio pontua que ainda precisa concluir a leitura do material para chegar a uma posição acertada.

“E não depende só de mim. Eu vou terminar de analisar tudo e levar para o pleno. Lá é que vai ser deliberado se minha decisão é ou não a mais plausível nessa situação. Tem muita gente envolvida, muito mais que o número de indiciados, gente que deu apoio e se beneficiou indiretamente. Mas ainda não encerrei a leitura. É um material bem vasto e causou certa surpresa”, diz o desembargador.

Amanhã (30), será concedida coletiva na presidência do TJ, onde o desembargador fará uma análise mais detalhada do relatório da polícia. O concurso teve mais de 40 mil inscritos, e vagas com salários que chegavam R$ 7 mil.


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Esquema

O presidente do TJ mencionou que um dos detalhes que lhe chamou atenção no relatório da polícia diz respeito ao esquema da quadrilha desbaratada na Operação Veritas. Para Raimundo Eufrásio, ficou claro que o grupo agia com extrema organização e tinha experiência em fraudar concursos públicos.

Perguntado sobre os valores pagos pelos candidatos que compraram o gabarito, o desembargador diz que as cifras eram muito altas, mas evitou dar números exatos. Ele pontuou ainda que não havia garantia de aprovação pelos fraudadores, uma vez que apenas 70% das questões estavam corretas. “Isso a própria polícia já havia dito. Que pelo fato das respostas não estarem todas certas, quem pensou que estava tendo vantagem, nem tinha a certeza de que seria aprovado”, explica.

Relatório

A Polícia Civil concluiu, na semana passada, as investigações de três meses referentes à tentativa de fraude ao concurso do TJ-PI. Ao todo, 21 pessoas foram indiciadas e 22 presas, foi o que informou o delegado Kleydson Ferreira, que presidiu o inquérito. Na Operação Veritas, a polícia descobriu ainda a participação de funcionários públicos, dois advogados e policiais civis no esquema.

A quadrilha é acusada ainda de fraudar outros concursos públicos como o do Tribunal de Regional Eleitoral do Maranhão, além de atuar na falsificação de diplomas e certificados de graduações em faculdades no interior do Piauí.

Por: Maria Clara Estrêla
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