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Pabllo Vittar revela já ter recebido cantada de alguns famosos

"Eu sou um menino gay afeminado e drag queen que ama fazer o que eu faço", disse a cantora.

25/05/2018 17:31

Sem peruca e maquiagem, Pabllo Vittar me recebeu em seu camarim com uma timidez bem diferente da ousada cantora que costumamos ver brilhando em suas apresentações. Durante a conversa, o jovem de 23 anos se soltou e deixou bem claro a diferença entre a sua pessoa física e jurídica. “Eu sou um menino gay afeminado e drag queen que ama fazer o que eu faço, apesar de muitas pessoas ainda terem dúvida quanto à minha posição. Eu amo ser fluido. Eu amo transitar no masculino e no feminino. Eu acho que não tem esse negócio: é da menina, é do menino. Se todo mundo parasse para pensar no que é o fluido eu acho que a gente não tinha tanto preconceito.”

Pabllo Vittar revela já ter recebido cantada de alguns famosos. (Foto: Reprodução/Instagram)

Mais à vontade, Pabllo revela que é comum a dúvida sobre a sua identidade de gênero e que até na hora da paquera as pessoas se confundem. “Eu me sinto muito indignada, frustrada realmente. Porque drag é o meu trabalho. O Pabllo é quem eu sou. Você quer ver a Pabllo montada? Assiste ao meu programa no Multishow, vai nas minhas fotos do Instagram, curte, comenta, dá um like. Mas, amore, na vida real, não! Eu respeito muito a minha drag e foi com ela que eu consegui alcançar minhas coisas. Foi com ela que eu lancei minhas músicas. Eu não vou para a cama montada com o cara. O imaginário masculino é muito assim, a gente sabe, mas eu tenho muito respeito pelo meu trabalho!”

A estrela conta que até outros artistas já deram em cima dela. “Eu recebo muitas mensagens de gente famosa, cantores, anônimos também, que falam que têm curiosidade. Isso é normal! Mas muita gente me procura de menina. Algumas mulheres já deram em cima também! Mas a forma que reagem é muito engraçada. Vamos sair: vamos. Ué, mas cadê? Por que você não está montada? Meu amor, aquilo é o meu trabalho! Eu não sou uma gatinha que você chama e vem montada! Amo dizer que sou drag queen, porque muita gente ainda pensa que a Pabllo Vittar é uma menina cis (aquela que mantém o status de gênero de nascença) loira que tem que usar vestidinho.”

Pabllo Vittar revela já ter recebido cantada de alguns famosos. (Foto: Reprodução/Instagram)

A autoafirmação vem desde cedo. Ao contrário da maioria dos gays, Pabllo recebeu muito apoio dentro de casa para ser o que quiser. “As pessoas que me inspiraram muito para poder fazer o que eu faço hoje são as que estavam perto de mim: meus amigos e minha família mesmo. Minha mãe (Verônica Rodrigues) sempre me jogou para cima. Ela dizia: vai sim. Ela sempre me deu um suporte muito grande. Mesmo quando eu morava em Caxias, no Maranhão, minha mãe estava me preparando para o que sou hoje. Ela me colocava em aula de balé, de teatro, me dava os DVDs das divas. E minha família sempre foi muito musical. Se tem uma pessoa que eu devo muito é a minha mãe. Ela sempre me deu todas as cartas brancas para fazer o que queria. Nossa ligação é muito forte. Moro com ela até hoje, em Uberlândia (MG).”

Mesmo com toda confiança, a cantora ainda se entristece com atitudes preconceituosas. “Ainda sofro com os comentários maldosos. As pessoas acham que só por ser artista é inalcançável, está blindada, não vai sofrer. É muito difícil fazer esse tipo de arte em um momento tão louco que estamos vivendo no mundo. Ter ganhado prêmios e estar conquistando o meu espaço, por meio deste trabalho, gera muito ódio em algumas pessoas. Sem o apoio e o carinho que os vittarlovers (apelido dado aos seus fãs) me dão, já teria desmoronado há muito tempo.”

Pabllo Vittar revela já ter recebido cantada de alguns famosos. (Foto: Reprodução/Instagram)

Pabllo vê no seu trabalho a melhor maneira de combater o preconceito e berrar para a sociedade o que seu esforços fizeram para a comunidade LGBTQ. “Eu sou uma drag queen que lançou músicas que foram para os streams, bateram recordes. Isso nunca aconteceu no Brasil antes. Sou uma drag que faz shows no país que mais mata LGBTQ. No começo, eu não sabia se iria encontrar fãs ou pessoas com ódio. Eu subia no palco com medo de levar uma pedrada ou uma sapatada. Desacreditavam muito de mim. Ainda escuto muitas coisas ruins. Mas é esse tipo de coisa que me encoraja, cada vez mais, a fazer o meu trabalho e a não desistir.”

Fonte: Quem
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